Pesquisa do Procon mostra que desonerações ainda não chegaram às prateleiras dos supermercados. Preço médio da cesta básica subiu 0,55%.

O assunto ainda é a desoneração da cesta básica, causadora de atritos entre indústria e varejo, que não aceita receber os produtos com descontos abaixo dos prometidos pelo governo. Por causa disso, a primeira pesquisa sobre o custo da cesta realizada pela Fundação Procon de São Paulo após o anúncio da presidente Dilma revela: a ida ao supermercado não ficou mais em conta. Pelo contrário, está 0,55% mais cara.

Dos produtos inclusos na pesquisa, dez fazem parte da lista de desonerações do governo. Destes, sete registraram queda nos preços, um ficou estável e os outros dois estavam mais caros. A lista do Procon reúne 31 itens e coleta os valores praticados em 70 supermercados da capital paulista. O levantamento foi feito entre a quinta-feira passada, 7, véspera do anúncio, e ontem, dia 14.

Apesar de alguns produtos ficarem, de fato, mais baratos, como a margarina (-2,19%) e o café (-1,35%), os cortes estão longe dos projetados e nem devem chegar lá. De acordo com Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic (entidade que reúne as torrefadoras de café), o preço médio deve cair somente 4%, e não os 9,25% esperados.

João Carlos Basílio, presidente da Abihpec, que reúne a indústria de higiene pessoal, explicou que a alta do preço do creme dental e a estabilidade do preço médio do sabonete são provenientes dos reajustes feitos pela indústria no começo do ano, que variaram entre 5% e 7%. Ele garante, no entanto, que as reduções ainda irão acontecer, embora o sabonete vá ter um corte de preço menor que a pasta de dente.

A pesquisa do Procon ainda revela uma alta de 2,59% no preço do açúcar refinado, que consta na lista de desonerações.

Para driblar essa resistência da indústria e garantir que haja o repasse integral da isenção de impostos ao consumidor final, o Ministério da Fazenda tem se reunido, separadamente, desde quarta-feira, com associações e empresas dos setores envolvidos. Um dos problemas é encontrar uma fórmula de compensação para os créditos de PIS e Cofins acumulados por empresas de setores eminentemente exportadores.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Edmundo Klotz, afirmou, em nota, que a indústria ainda não tem como repassar os cortes prometidos pelo governo só porque alguns produtos foram desonerados. Segundo ele, as adequações abrangem muitos fatores. “Os cálculos são complexos, pois envolvem particularidades tributárias nas diversas cadeias produtivas, bem como questões adjacentes, como por exemplo a geração e o desconto de créditos presumidos”.

Com informações do Estado de S. Paulo.

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