Há cinco anos, o varejo brasileiro, principalmente o on-line, foi sacudido por uma onda que veio dos Estados Unidos, cujos efeitos apenas aumentam. Apesar de breve — a primeira edição foi em 2010 —, o Black Friday já virou tradição no Brasil. A edição de 2015 está marcada para o dia 27 de novembro e vem gerando grandes expectativas entre comerciantes e consumidores.

O Busca Descontos, organizador do Black Friday no Brasil, estima que a ação deve alcançar a marca de R$ 978 milhões em faturamento no período, batendo o recorde do ano passado, quando a movimentação foi de R$ 871.9 milhões. Por outro lado, o valor do ticket médio deve se manter quase o mesmo, passando de R$ 416,75 para R$ 422,39.

Há 32 marcas já confirmadas no site do evento, entre elas alguns dos maiores e-commerces do país, de diferentes segmentos, como cosméticos, automóveis, aviação, informática, turismo, material esportivo e outras gigantes do mercado brasileiro e mundial. Elas oferecerão descontos que podem chegar a 80% em alguns produtos.

Apesar do medo da recessão e das margens apertadas, Juliano Motta, diretor geral do Black Friday.com.br, percebe um comportamento atento dos consumidores, uma demanda reprimida em busca de ofertas. “Se o varejo tiver capacidade de entregar as promoções, o evento será espetacular”, projeta Motta.

Para ele, a dúvida que fica é de qual será a capacidade do varejo de dar desconto. Motta prevê uma intensa disputa entre as lojas para conseguir atrair a atenção do consumidor, diante da expectativa dos comerciantes em baixarem seus estoques. Além disso, o que atrai é o alto faturamento, que chega a representar de um a três meses de vendas, dependendo da loja.

O varejo também está se preparando para o evento. “É a data mais importante. Existe um preparo de infraestrutura que trouxe uma melhoria para o comércio eletrônico. A cada ano, elas [as lojas] se estruturam mais”, afirma Motta. Um problema comum no Black Friday e para o qual as lojas devem estar preparadas é a queda do sistema provocada pelo grande número de acessos. Em 2014, foram cerca de 80 milhões no dia do evento.

Outro problema que já aconteceu em outros anos é a desconfiança por parte dos consumidores em relação à veracidade das promoções, muitas vezes provocadas por tentativas de fraudes. Segundo Motta, esses casos foram solucionados, mas é necessário ficar de olho e pesquisar.

Para minimizar esses problemas, a organização garante que está pensando na transparência e segurança. “Vamos defender os interesses do consumidor. Teremos um selo do Black Friday para as lojas e faremos uma base de reclamações”, conta o diretor-geral do evento.

Especialista espera um evento mais assertivo em 2015

Consultora em marketing digital, e-commerce e comportamento do consumidor, Fátima Bana acredita que essa edição do Black Friday será mais assertiva. “Do lado do vendedor, a grande maioria das empresas está se preparando para esta data com um ano de antecedência, pensando em como comprar melhor e ainda, logisticamente, elaborando planos bem mais assertivos”, diz Fátima, que já trabalhou em grandes empresas de e-commerce e tem cursos de pós-graduação na área.

Em relação ao problema da desconfiança do consumidor, Simone acredita que isso será solucionado com o tempo, a partir da experiência. “O boca a boca vai solidificando a data e o ato de comprar, quando o consumidor pesquisa, vai atrás e realmente percebe que vai fazer um bom negócio, ele adere à promoção”, comenta a especialista.

Para os consumidores, Fátima recomenda ficar de olho em tudo, verificando, por exemplo, se a loja tem selo oficial da Black Friday. “O consumidor deve pesquisar semanas antes e saber o que quer comprar, evitar o impulso e, principalmente, avaliar a entrega, pois não adianta desconto de 30% se vai te entregar apenas em 2016. Pense no que você precisa”, sugere.

Motta lembra que as compras feitas no Black Friday costumam ser mais racionais, já que muitos consumidores aguardam a data para aproveitar o desconto e adquirir produtos mais pontuais. É diferente do Natal, por exemplo, quando as pessoas são mais emotivas na hora de comprar. Esse fator torna o evento mais importante e exige mais preparação das lojas para cumprirem com o que prometem.

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