Ecoeconomia é o título de um livro publicado em 2003 por Hugo Penteado. Aborda e critica o modelo de desenvolvimento econômico e sugere uma mudança nos padrões culturais de consumo mais ecoeficientes renunciando a teoria de crescer sempre.

Hugo Penteado inicia a obra descrevendo a situação ambiental que o mundo apresenta. Uma representação da situação ambiental apresentada por Penteado pode ser demonstrada com o título do primeiro parágrafo: “Um pequeno inventário do caos ambiental da terra”.

Em seguida são apresentadas as teorias econômicas adotadas pela maioria dos países e é feita uma crítica ao modelo aplicado: crescer sempre a qualquer custo. Para Penteado, este modelo esta fadado ao fracasso visto que, o planeta Terra possui limitações tanto na questão das fontes de matéria prima serem finitas como, e principalmente, a limitação do espaço físico disponível.

Ao final é apresentada uma visão alternativa para a solução dos problemas ambientais através da aplicação de novos valores culturais e mudanças na forma de mensuração das principais formas de medida de crescimento como o próprio calculo do PIB.

Ao longo do livro o autor apresenta diversos dados de estudos ambientais em diversas partes do mundo que dão ênfase na argumentação. Há uma crítica explícita ao julgamento que os países desenvolvidos fazem sobre os em desenvolvimento. Segundo Penteado, os países desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, condenam a forma com que os países em desenvolvimento estão utilizando seus recursos naturais. No entanto, o autor demonstra que esta exploração aos recursos naturais nada mais é do que uma forma de suprir as necessidades dos países desenvolvidos e, o mesmo ainda faz uma análise de que o modelo de desenvolvimento aplicado pelos países mais pobres é o mesmo utilizado outrora pelos países ricos. Este mesmo modelo que dizimou grande parte das florestas naturais e extinguiu ou poluiu diversos aqüíferos e rios ao longo dos anos.

Há críticas às Escolas Clássica e Keynesiana e às Expectativas Racionais. Todos estes modelos definidos por economistas não abordam a questão ambiental e, Penteado é categórico ao demonstrar a falha que isto produz. Segundo a teoria, o objetivo econômico deve ser sempre o “crescimento”, muitas vezes a qualquer custo. A falha esta em acreditar que o crescimento sempre irá ocorrer. Isto não é verdade visto que a área aproveitável da Terra possui tamanho limitado e, em determinado ponto no futuro teremos o esgotamento deste bem. Assim como a matéria prima utilizada para produzir os bens muitas vezes na maioria das vezes é finita, como é o caso do petróleo ou de outros minerais.

É observado que Hugo Penteado não escreveu o livro para demonstrar os malefícios do buraco na camada de Ozônio ou para definir datas de catástrofes ambientais como fazem tradicionalmente alguns ambientalistas. Ele parte de análises e dados ambientas para demonstrar a fragilidade das teorias econômicas.

Hugo Penteado explica que normalmente os economistas definem que o a economia molda a natureza mas, na verdade, são as leis da física e da natureza que dominam a economia. Isto ocorre por exemplo com a ideia de que o poder da tecnologia é ilimitado, o que não é verdade visto que para a tecnologia ser utilizada é necessária a matéria prima para fabricar a mesma e até mesmo para utilizá-la, sendo que, se os recursos (matéria prima) são limitados, o uso da tecnologia também será. Penteado usa a ideia de que nenhum cientista produzirá tecnologia para ser utilizada em um bem que não possui mais utilidade ou que não existe mais.

O livro é direcionado a um público que tenha conhecimento em economia, como os próprios economistas, mas pode ser compreendido por outros interessados haja vista a quantidade de notas de rodapé explicativos que o mesmo possui.

Hugo Penteado é Economista-Chefe e Estrategista de Investimentos do AAAM-Brasil, mestrado em Economia pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo.

Resenha produzida por: James Ruan Lange
Estudante – Economia – Univille
Disciplina: História do Pensamento Econômico

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