Chegar ao final do mês tendo todas as contas pagas e sobrar um dinheirinho para comprar aquela roupa ou aquele aparelho eletrônico ou ainda fazer uma viagem é o que todos nós mais sonhamos. Entretanto, o que se percebe na sociedade que é poucos privilegiados podem se dar ao luxo de “sobrar salário no final do mês” e não, como a maioria, “sobrar mês no final do salário”.

Diversos argumentos são utilizados para explicar tal fenômeno: os preços estão muito altos, os salários estão muito baixos, as pessoas são consumidoras e não se contentam com o que têm, enfim, desculpas é o que não faltam para explicar porque vivemos, mês após mês, sempre contando os dias para a chegada do próximo salário. Além dessa contagem angustiante, vem sempre a promessa que “nesse mês será diferente!!!”.

Apesar de a formula ser antiga, poucos se dão conta de que é possível sim administrar o salário, afim de que se viva de forma mais adequada ao seu rendimento, controlando as despesas, buscando harmoniosamente conviver com o talão de cheque, cartão de crédito e, conseqüentemente, com o banco.

Tal fórmula vem da época dos nossos avós, bisavós, tataravôs… Anotar tudo o que se ganha e com que se gasta, sendo que o resultado deve ser positivo, ou seja, não gastar mais do que ganha. Bom, devem estar pensando: “Só isso?? Ahhhh não é tão simples assim. Tente administrar contas que não acabam nunca, filhos que exigem todo mês tênis novos, esposas que querem sair para jantar todo final de semana, maridos que gastam com cervejas…”

Felizmente, também tenho família e passo por quase todas essas situações, porque ainda não tenho filhos. Mas, assim que casei, percebi que meu marido não era um bom administrador de contas, apesar de ser professor e trabalhar todos os dias com as vantagens econômicas de se instalar tal programa, ou contratar tal serviço (ele é professor na área de segurança da informação). Confesso que no começo não foi fácil, pois eu tinha batalhado muito para ter o meu salário e não me agradava a idéia de que meu rico dinheirinho fosse gasto de forma displicente, principalmente pela pessoa que mais amo.

Sugeri uma solução simples, concreta e, até agora, eficaz: montamos uma planilha de gastos mensais, onde é anotado tudo o que gastamos, desde as compras de supermercados, as contas fixas da casa (água, luz, telefone…) até mesmo aqueles gastos considerados por muitos insignificantes, como o cafezinho, as saídas ao shopping. É o que chamamos na Economia de Orçamento Doméstico. Claro que se dissesse a ele que iríamos fazer um orçamento doméstico, tenho certeza que escutaria: “lá vêm você com essas coisas de Economistas”, por isso fiz uma abordagem sutil, conversando sobre como isso seria interessante para controlar as contas e tal.

Resultado, há dois anos e meio juntos, estamos com nossas contas controladas, não assumimos dívidas além da nossa capacidade de pagamento e, principalmente, nunca tivemos brigas por falta ou descontrole do dinheiro.

Esse breve depoimento é para mostrar que o Orçamento Doméstico dá resultado quando todos na família estão comprometidos. Agora, devem estar se perguntando, mas como podemos então utilizar essa ferramenta para auxiliar no meu dia-a-dia. É sobre isso que o próximo artigo abordará.

Profª. Jani Floriano

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