Autor e especialista em inovação, o palestrante Hitendra Patel apontou, no último dia da Expogestão, três grandes tendências atuais para o empreendedorismo: a Greenovate (inovação verde), a área de saúde e a robotização.

A Greenovate pode ser definida como o abandono da visão que trata os problemas ambientais como secundários diante das oportunidades de progresso econômico. Seguindo essa filosofia, as empresas vêm encarando, e muitas delas já cumprindo, o desafio de conciliar desenvolvimento e preservação do meio ambiente, combinando inovação e tecnologia. Isso acontece com a utilização de matérias-primas renováveis na fabricação dos produtos, por exemplo, e de processos produtivos que reduzem o impacto ambiental, como a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Patel citou o setor de saúde como uma tendência também por estar no campo das necessidades humanas. Com o envelhecimento populacional, as pessoas querem viver mais e ter uma vida melhor. E a ciência e a tecnologia têm se mostrado cada vez mais eficientes no tratamento de uma série de doenças e até mesmo na prevenção, desde o desenvolvimento de novos medicamentos até a execução de procedimentos que garantam maiores índices de cura, menores tempos de tratamento e menos efeitos colaterais.

O especialista lembra também dos robôs que já existem para “dar atenção às pessoas”, seja para lembrá-las de tomar o remédio ou para disputar uma partida de xadrez, e garante que a inteligência artificial já está presente em todas as áreas. Isso acontece principalmente por meio da conectividade e de outro tipo de inteligência, a preditiva, que utiliza informações registradas em bancos de dados para descobrir quem você é e oferecer produtos e serviços que nem você sabia que estava precisando. Em resumo, as pessoas já estão transferindo o controle da sua vida para alguns dispositivos eletrônicos.

Essa conectividade estaria gerando uma “mudança de regras” na sociedade, pois permite que o usuário seja e faça o que quiser. Sobre isso, Patel se lembra de um episódio no qual ficou sem reação: estava lecionando quando foi interrompido na sala de aula pela chegada de um entregador de pizza, afirmando que o endereço de entrega era aquele mesmo – um de seus alunos havia feito o pedido pela Internet.

Inovação na hora de ligar os pontos

Uma dica do especialista para estimular a inovação nas empresas é acumular pontos de diferentes segmentos. Ou seja, uma empresa não deve estar por dentro apenas de temas que dizem respeito ao seu negócio, mas também a outras áreas de atuação. É fazendo a ligação entre eles que surgirão ideias inovadoras para gerar vantagens competitivas, diferentemente das conexões óbvias que podem ser feitas por qualquer concorrente. É importante também ficar de olho nas tendências (sim, elas não têm esse nome por acaso) e nas necessidades humanas na hora de começar a trabalhar em um novo produto ou serviço.

Patel ensina que novos produtos e serviços devem ser lançados no mercado após planejamentos de longo prazo – o projeto de inovação deve começar pelo menos cinco anos antes. Durante esse período, o especialista indica que seja elaborado um folheto com informações do projeto inovador, o qual deve ser compartilhado com os clientes para ajudarem com sugestões nessa fase de construção e até para verificar se a ideia teria aceitação entre eles. Essa é uma forma de conquistar a fidelidade do público e criar barreiras de entrada, diferenciais que mantêm a empresa à frente do concorrência.

Um empreendimento de sucesso se faz, principalmente, com pessoas comprometidas e inspiradas. Por isso, hoje as empresas precisam oferecer tempo e espaço para os colaboradores experimentarem e repetirem processos até chegarem à perfeição. E na hora de contratar alguém, você dá preferência aos candidatos que pensam mais parecido com a empresa? Se sim, lembre-se que um ambiente inovador se constrói com a pluralidade de ideias – é só se lembrar da história de ligar os pontinhos.

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