Indústria: utilização da capacidade instalada diminui, diz CNI
Utilização da capacidade instalada na indústria ficou em 80,1% em junho, ante 80,6 % registrado em maio. Faturamento do setor caiu 5,7% e as horas trabalhadas na tiveram queda de 3%. Foto: Agência Brasil.

A utilização da capacidade instalada na indústria (UCI)  ficou em 80,1% em junho, ante 80,6 % registrado em maio. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 5, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com Fábio Guerra, economista da CNI, a utilização da capacidade instalada teve em junho o menor percentual desde abril de 2009, logo após o início da crise.  O faturamento real da indústria caiu 5,7% e as horas trabalhadas na produção tiveram queda de 3% em junho na comparação com maio, na série livre de influências sazonais.

Para a CNI, “os resultados de junho apontam a quarta queda consecutiva da atividade industrial, com intensificação do movimento de baixa”. O economista Flávio Castelo Branco, da CNI, acredita, inclusive, que as incertezas da economia, como a elevação de juros, contribuíram para a queda nos investimentos.

O emprego diminuiu 0,5% e a massa salarial, 0,8%. Os dois intens registraram retração pelo quarto mês consecutivo, o que para CNI representa baixa atividade e começa a ter impacto sobre o mercado de trabalho. Na avaliação da Confederação, a Copa do Mundo teve papel importante pois agravou o quadro com as interrupções de jornada e a queda nas vendas. Para Fábio Guerra, a massa salarial real é uma variável que mostra a retração do mercado de trabalho da indústria. Segundo ele, é preciso aguardar os próximos meses para ver se os resultados vão se repetir e o efeito Copa se confirmar.

“Antecipo, o que aparentemente é um paradoxo, mas com o emprego caindo, a massa salarial caindo e rendimento estável ou com leve crescimento, chamo a atenção à interpretação que, no momento de ajuste do quadro de trabalho, dado à fraca atividade da indústria, provavelmente, os primeiro postos de trabalho, os primeiros desligamentos, serão dos colaboradores com os salários mais baixos”, avalia Guerra. A indústria geralmente tem uma mão de obra mais qualificada e, portanto, é preciso aguardar os próximos meses.

No primeiro semestre, o faturamento real caiu 1% e as horas trabalhadas na produção tiveram queda de 2,2%, ante o mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, o emprego acumula alta de 0,9% e a massa real de salários 3,8%.

Para a CNI, a retração no primeiro semestre confirma que a situação da indústria continua preocupante. O economista Flávio Castelo Branco acredita, inclusive, que as incertezas da economia, como a elevação de juros, contribuíram para a queda nos investimentos. Ele acredita que o que vai mesmo reverter o quadro é quando o investimento reagir e mostrar trajetória de crescimento e que alguns fatores podem melhor este cenário, como a política monetária, neste semestre.

Agência Brasil.

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