pacto de mudança

O governo que emergir do horrível cenário político que se instalou no Brasil precisa fazer um indissolúvel pacto de mudança com a sociedade: solucionar as questões prioritárias mais urgentes, esquecidas nos últimos anos, e colocar os interesses da população acima das pretensões de grupos minoritários. Tal alerta é necessário, pois o impeachment de um chefe de Estado não pode ser apenas um projeto de poder de segmentos rivais. Precisa, necessariamente, ser uma proposta séria de mudança e reconstrução.

Completamos, em 2016, 31 anos de redemocratização, considerada a posse, em março de 1985, do primeiro governo civil após o golpe militar de 1964. É triste constatar que, em apenas três décadas, tenhamos precisado recorrer duas vezes ao impedimento de presidentes da República para conter a corrupção, a negligência, a incompetência e o mau gerenciamento do governo e dos recursos dos impostos recolhidos das pessoas físicas e jurídicas.

A democracia nos deve dar justiça social, desenvolvimento, transparência na gestão pública, atendimento às prioridades sociais e um Estado que sirva à sociedade e não se sirva dela para atender a interesses de alguns poucos. Diante dessa constatação, é imensa a responsabilidade do governo que seguir à frente dos destinos da Nação até 2018, quando, novamente pelo voto livre e soberano, o povo elegerá um novo presidente da República.

Até 31 de dezembro de 2018, feito um pacto de mudança, teremos tempo para recuperar a economia, o ânimo dos empresários e trabalhadores e iniciar a retomada do crescimento econômico. Porém, isso somente será possível com mudanças efetivas, a começar pela redução das despesas supérfluas da União, foco nos investimentos do setor público, probidade intransigente e transparência na gestão.

O brasileiro é um povo de esperança infinita. Sereno por natureza, tem ido às ruas, de modo ordeiro, como nas Diretas Já, em 1984, e como nas passeatas dos Caras Pintadas que precederam a deposição de Fernando Collor de Mello. É um povo que sabe o que quer e repudia a violência, mas também diz não à sua exploração por governos e políticos alheios ao bem maior do País.

É fundamental, portanto, que seja feito um pacto de mudança e respeite-se o anseio por mudanças de nossa sociedade, expresso de modo cívico nas ruas. Não será digerível uma nova decepção, de modo abrupto, na esteira da imensa crise que estamos passando. É preciso consciência daqueles que assumem o poder político. As missões mais urgentes, em paralelo ao ajuste fiscal e resgate dos fundamentos do crescimento econômico, são a melhoria da saúde e do ensino, lembrando que o desenvolvimento de uma nação começa nas salas de aula.

*Rubens F. Passos, economista pela FAAP e MBA pela Duke University, é presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) e diretor titular do CIESP Bauru.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

    Leia Também

  • Educação financeira

    Economizando em Tempos de Crise: Dicas Práticas para Gerenciar suas Finanças

  • Cinco atividades de lazer que movimentam a economia das grandes cidades

  • Afinal, qual é o melhor curso Ancord?

Comentários

Aprenda a organizar suas finanças, entenda mais de economia para fazer seu dinheiro render e conheça investimentos para incrementar sua renda