Para especialistas, falta de conhecimento sobre possibilidades de aplicação facilita o trabalho de enganadores.

Os brasileiros entendem pouco de investimentos, desconhecem modalidades diferentes da poupança e julgam a caderneta uma aplicação de risco. É o que revela uma pesquisa encomendada pela BM&F Bovespa e realizada pelo Instituto de Pesquisas Rosenfield. Foram ouvidas mais de duas mil pessoas em cem cidades no final de 2012.

A poupança é o investimento preferido de 44% dos entrevistados e conhecida por outras 97% das pessoas. Apesar disso, 27% acredita que seja uma aplicação de risco, mais até que a Bolsa de Valores. Alguns especialistas explicam esse tipo de pensamento com o confisco da poupança no início do governo Collor, em 1990, fato guardado na mente dos brasileiros e que alimenta essa crença de que há perigo ao depositar na caderneta.

De acordo com a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira, ouvida pela revista Exame, as pessoas “acabam indo nas [aplicações] mais populares, simplesmente porque já ouviram falar”, assim a poupança – mesmo que tenha um dos menores rendimentos do mercado, o mais baixo retorno em 46 anos – alcança recordes de captação, como o registrado em 2012.

Quanto aos outros investimentos, 4% afirmaram ter recursos em renda fixa, 1% na Bolsa, menos de 10% sabem o que é um fundo DI, 17% entendem o básico sobre o funcionamento de um fundo de investimentos e 24% disseram investir num fundo de ações.

Além da popularidade da caderneta de poupança, outro fator que contribui para que os brasileiros tenham pouco conhecimento sobre as possibilidades de investimento é o histórico do país quanto ao acesso a opções mais sofisticadas, como os fundos multimercados. Aqui, eles foram criados somente em 1994, quando o Brasil dava os primeiros passos rumo à estabilização da economia. Já nos Estados Unidos, por exemplo, eles já existem há 60 anos. Os títulos públicos no Brasil só ficaram acessíveis aos investidores individuais há dez anos.

A falta de conhecimento sobre as possibilidades de movimentação financeira cria um cenário favorável a enganadores. Nos últimos 12 meses, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia reguladora do mercado de capitais, suspendeu as atividades de 14 empresas com atuação irregular. Em janeiro, o Santander foi multado em R$ 500 mil por manter um fundo DI com taxa de administração considerada lesiva. “Em geral, o investidor aprende com quem está vendendo, e isso é um perigo”, diz Robert Stammers, diretor do CFA Institute, órgão que certifica profissionais de investimento no mundo.

Com informações da revista Exame.

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