Paulo Ferezin
“As empresas estão enfrentando dificuldades em proporções cada vez maiores para conseguir aumentar as vendas e sustentar suas margens, diante de uma competição cada vez maior.”

Em um cenário econômico estagnado, com expectativas de relevante alta na inflação e declínio nas vendas, as empresas varejistas sentem o reflexo em todas as etapas do negócio, principalmente em suas linhas de resultados e rentabilidade. Isso porque o consumidor necessitou apertar os cintos desde o início da retração econômica. As empresas estão enfrentando dificuldades em proporções cada vez maiores para conseguir aumentar as vendas e sustentar suas margens, diante de uma competição cada vez maior.

Tal conjuntura e outras condições de concorrência mercadológica levam muitas organizações do setor a uma reestruturação que, no entanto, não foca apenas na retomada comercial, mas em outros três pilares: a otimização do modelo de negócio (produtividade); a consolidação da marca por meio da renovação das lojas e posicionamento das marcas; e o direcionamento do investimento em expansão para áreas operacionais de maior crescimento de mercado.

É na redução de custos, porém, que a gestão tem dedicado maior atenção, garantindo que esse seja o melhor caminho e o papel principal para garantir a rentabilidade e sustentabilidade. Para que isso se torne viável, é importante adotar uma estratégia linear, assertiva e diferenciada para cada empresa, considerando seu porte, administração, clientes e outros desafios individuais e particulares.

Com foco na otimização operacional – em especial no que diz respeito à relação Produtividade vs Lucro – estar atento ao termômetro que indica os sinais do comércio e do mercado é considerada a maneira mais eficiente para encontrar reduções sustentáveis em termos de custos. Dessa forma, o caminho a ser adotado é “fazer mais por menos”, mas sem perder de vista a proposta de valor e serviços da marca, para não alterar o posicionamento.

Em todo caso, fique claro que, antes de qualquer decisão ou modificação na rotina institucional visando redução de custos, uma análise sobre a condição do negócio a ser reestruturado é imprescindível, visto que essas modificações devem prever todos os possíveis impactos sobre a empresa, pois, do contrário é improvável que mudanças realmente efetivas aconteçam.

Apesar de, como já citado, ser necessário traçar um plano para cada empresa, existem algumas ações universais para aprimorar o trabalho no setor varejista com o objetivo de reduzir custos, dentre elas destacam-se a revisão de processos e controles, a otimização da força de trabalho, a integração e captura de sinergias entre vendas, pós-vendas e demais áreas da empresa, assim como uma maior interação e colaboração entre o varejista e seus fornecedores e parceiros.

Em suma, espera-se que a partir de uma cuidadosa avaliação dos processos administrativos e operacionais seja possível restabelecer uma positiva posição no mercado de varejo. Considerando a atual conjuntura, os empresários precisarão adotar uma nova postura com todas suas interfaces, além de estarem preparados para as possíveis surpresas no mercado para atingirem seu objetivo e, então, retomarem as vendas, reaquecerem o comércio e alcançarem resultados sustentáveis.

*Paulo Ferezin é sócio-diretor da KPMG no Brasil e líder para o setor de Varejo.

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