Com maior poder de compra adquirido nos últimos anos, devido, principalmente, à melhora da economia e do nível de emprego, o brasileiro tem se endividado mais. Pela facilidade do crédito obtida através de medidas favoráveis do governo — IPI reduzido para bens duráveis, por exemplo — o consumidor se descontrolou no orçamento e não está conseguindo pagar o que vem comprando.

Assim, com juros mais baixos, o consumidor pode ter mais facilidade de quitar ou renegociar suas dívidas. Implícito neste cenário, é que não ocorrerá uma deterioração no mercado de trabalho, ou seja, haverá uma aceleração da economia ao longo do segundo semestre.

O alto nível de falta de pagamento das contas traz cautela aos bancos e, em consequência disso, faz com que as famílias, sem opção, tomem créditos mais caros, como cheque especial e cartão de crédito. Outro fato que pode agravar esse cenário e pressionar ainda mais o mercado de crédito é a forte elevação do crédito consignado.

Nesse contexto, com o final do ano chegando, deve-se questionar: quais são as melhores formas e possibilidades de usar o 13º salário?

Bom, pela elevada parcela da população endividada, e muitas vezes com dividas “caras”, como no caso dos cheques especiais e cartões de crédito, sugiro que se faça um acordo para a quitação das mesmas e caso seja necessário, refazê-las, se estritamente necessário, com taxas mais baixas que estão disponíveis sob diferentes formas hoje no mercado, acompanhando a queda da Selic.

Para aqueles que consideram que já tem uma estrutura ótima de capital, ou seja, um bom balanceamento entre dívida e patrimônio, pode-se utilizar o 13º na mesma proporção em que se encontra seu capital hoje, ou seja, se você tem 10% de dívida em relação à soma de seus ativos totais (patrimônio + dívidas), pode utilizar seu 13º com dívidas, mantendo o patamar de 10% e o restante aplicando. Por outro lado, para aquelas pessoas que não têm perfil de investimento de longo prazo, a poupança continua sendo o melhor investimento e sem risco.

Se você tem um perfil mais agressivo e uma capacidade maior de análise setorial e econômica, pode diversificar com letras do tesouro, fundos indexados ao IGP-M ou até mesmo dólar ou ouro.

Não ache que, como seu 13º não atinge o montante que você acredita ser o suficiente, ele não deva ser poupado. O que não deve ser feito é prolongar uma situação de inadimplência, ou seja, se você já não está conseguindo quitar suas dívidas, não vá viajar com sua família ou cair nas promoções tentadoras de final de ano. Procure equilibrar suas finanças para alcançar um 2013 melhor a você e sua família.

* Thiago Flores é Administrador, mestre em Economia de Negócios, mestre em Finanças, professor de Pós-Graduação, consultor de empresas e CFO da FF Consult.

** Este artigo foi publicado originalmente no blog da FF Consult.

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