Após 20 anos do Plano Real, O Economista faz uma breve recapitulação dos principais fatos que marcaram o adeus à hiperinflação e a mudança da realidade econômica do país. Foto: Agência Brasil.
Após 20 anos do Plano Real, O Economista faz uma breve recapitulação dos principais fatos que marcaram o adeus à hiperinflação e a mudança da realidade econômica do país. Foto: Agência Brasil.

Depois de 52 anos, seis moedas, confisco da poupança, perdas diárias de poder de compra e uma inflação acumulada em 27 anos de 1.142.332.741.811.850%, o Brasil via, mais uma vez, a promessa de um novo plano econômico que implantaria uma nova moeda e, por consequência, reduziria a inflação que mantinha os brasileiros sem perspectivas. A promessa, felizmente, se concretizou e o país entrou na era da estabilidade.

Para vencer a hiperinflação, o governo Itamar Franco, liderado pelo ex-ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, criou a Unidade Real de Valor (URV): uma moeda escritural para todas as transações econômicas com conversão obrigatória de valores, promovendo uma desindexação geral da economia, que passou a valer a partir do dia 27 de fevereiro de 1994.

Ou seja, diariamente o Banco Central (BC) anunciava o quanto a URV valia para que as pessoas pudessem planejar as suas compras, por exemplo. O papel moeda corrente neste período continuava sendo o Cruzeiro Real.

A criação da URV foi a segunda medida adotada pelo Plano Real para equilibrar as contas do país. A primeira havia sido cortar radicalmente as despesas do governo e elevar as receitas. Depois, com a moeda escritural, buscou-se garantir o poder de compra da massa salarial. Por fim, o Real foi implantado, em 1 de julho de 1994.

No primeiro dia em operação, a URV equivalia a CR$ 647,50 e terminou valendo CR$ 2.750, ou R$ 1.

Imediatamente a inflação mensal despencou. Em junho, o índice havia chegado a 46,58%. No mês da implantação da nova moeda, esse valor caiu para 6,08%. Mas outras reformas viriam a ser necessárias para garantir a solidez e a permanência dos resultados positivos.

Foi, então, que o governo federal, já sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, promoveu um grande processo de privatização, para impedir que a União continuasse a custear e investir em estatais que pressionariam os cofres públicos, elevando o risco de inflação. Essas privatizações, no entanto, são motivo de controvérsias até hoje, diante das acusações de corrupção no processo de desestatização.

Além da redução das contas do governo, foram criadas as agências reguladoras e aprovada a Lei de Responsabilidade Fiscal, para fiscalizar as contas públicas. As dívidas dos estados e municípios foram renegociadas com critérios rigorosos e o comércio exterior foi, aos poucos, expandindo.

Hoje o real é a 16ª moeda mais negociada do mundo, a segunda da América Latina e a quarta entre todas as Américas. O Brasil vive uma nova realidade econômica, em que o poder de compra foi recuperado, a produção industrial foi retomada, o planejamento financeiro ficou facilitado e o crédito tornou-se fácil e acessível.

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