Por Marcus Eduardo de Oliveira

O ponto de partida deste artigo é apontar para a premente necessidade de se consolidar um novo modo de viver, face as constantes e crescentes disparidades sócio-econômicas que se desenrolam no cenário mundial, cuja expressão maior talvez seja a constatação de que mais de 2 bilhões de pessoas passam fome.

Em pleno século XXI, quando todos esperavam por uma sociedade mais justa, mais fraterna e menos desigual, o atual modelo de consumo e produção dá mostras mais do que suficientes de que não é mais possível suportar tamanha disparidade entre o modo de viver (e de consumir) dos que habitam o Norte (15% da população mundial) em cotejo aos que residem no Sul (85%).

A desigualdade social ganhou proporções inaceitáveis, face ao desamparo que relega a mais de 4,5 bilhões de pessoas. Inadmissível é aceitarmos o excessivo consumo do Norte, sabendo que a contrapartida é o subconsumo do Sul.

Impensável é não criticarmos o estrago a que o meio ambiente vem sendo conduzido em face da ganância dos lucros dos grandes grupos financeiros e empresariais. Veja que, enquanto o aquecimento global tende a provocar a destruição do ambiente, a Exxon – a maior petrolífera do mundo -, obteve em 2006 o maior lucro da história do capitalismo: 39,5 bilhões de dólares. Isso mesmo: quase 40 bilhões de dólares, valores esses jamais atingidos por qualquer outro grupo empresarial.

“A Terra é para todos, menos para os consumistas”, já profetizava Mahatma Gandhi que perguntado, logo após a Independência da Índia, se esta seguiria o modelo de desenvolvimento e o estilo de vida dos britânicos assim respondeu: “…a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?”.

Assim sendo, urge encontrarmos maneiras de mudar o atual estágio de consumo e produção que só tem feito explodir as contradições nas sociedades mais carentes, até mesmo porque é o futuro da própria humanidade que corre perigo. A consolidação de uma nova sociedade, de um novo modelo econômico e social se dá de forma definitiva quando o modelo anterior entra em decomposição.

O que leva o modelo anterior (no caso, o atual) a entrar em decomposição, derivando, pois, em sua factível e inevitável ruptura são as existências de contradições diversas – com grande peso, em nosso entendimento, para as contradições econômicas, quer expressa na detenção (posse) dos fatores produtivos por uma parcela pequena (porém, forte e coesa a ponto de se autodenominar elite burguesa) da sociedade, quer expressa na composição dos salários recebidos por uma parcela majoritária da sociedade (a classe trabalhadora) que vê seus rendimentos cada vez mais se aviltarem em detrimento de lucros cada vez mais crescentes dessa parcela pequena (elite) que detém (domina) os fatores de produção, ou ainda quer expressa nesse modo desigual (e brutal) de consumo a que começamos a fazer menção. Assim sendo temos aqui, na somatização desses fatos, verdadeiros embriões formadores da concentração de renda e, por conseguinte, da desigualdade; per si, fator mais que preponderante da contradição econômica mais desleal que a história do capitalismo, desde seu nascedouro criou: desigualdade essa propriamente dita onde, em especial, no caso do Brasil, ganha contornos mais do que inaceitáveis, visto que somos, dentre quase 200 países, o quarto pior em matéria de péssima distribuição dos ganhos, superando apenas Malawi, Botsuana e Namíbia, segundo os últimos informes do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).

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