Aéreas querem benefícios para evitar repasse de custos às passagens
As quatro maiores companhias aéreas do país se reuniram para pedir ao governo federal a adoção de uma série de medidas em caráter de urgência para reduzir os custos operacionais e evitar o repasse dessas novas despesas ao preço das passagens. Segundo a TAM, Gol, Azul e Avianca, o que mais motivou a iniciativa de pedir medidas emergenciais foi a disparada da moeda norte-americana. Segundo as empresas, entre 55% e 57% dos custos da aviação são dolarizados.
A reunião ocorreu na terça-feira, 20, entre o presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, e o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco.
A reivindicação das aéreas é a isenção, por um período de 240 dias, do pagamento das tarifas de navegação e aproximação. De acordo com Sanovicz, só essa medida reduziria os custos em 6%. Além disso, as empresas querem unificação em 6% da alíquota do ICMS que incide sobre o querosene de aviação (QAV), que hoje varia de 12% a 25%, dependendo do estado.
A Abear ainda pediu a extensão para o transporte aéreo da desoneração do Pis/Cofins concedido ao transporte coletivo urbano; uma maior abrangência do plano que prevê subsídio para o valor das passagens aos aeroportos regionais; a melhoria da infraestrutura dos aeroportos considerados prioritários, com aumento dos pátios, pistas e terminais; a atualização das tecnologias que compõem a estrutura de navegação aérea e a instituição de um programa para reduzir roubos e violação das bagagens dos passageiros.
Mas a principal reivindicação da Abear é o combustível. A entidade defende que a despesa das empresas com o QAV caia dos atuais 41% para 33%, que é o patamar internacional. Para isso, foi sugerida a adoção de uma nova fórmula para estabelecer o preço do combustível no Brasil.
Em resposta, o ministro Moreira Franco afirmou que o governo está atento aos problemas apresentados, já está tomando medidas para modernizar o setor aéreo brasileiro, vai levar as reivindicações para outras áreas da administração federal e irá marcar uma nova reunião em dez dias. Entretanto, o ministro se mostrou pessimista quanto à ideia de rever o preço cobrado pelo QAV. “Eu vejo dificuldade na questão do querosene. Já existe uma política da Petrobras, que respeita uma certa lógica, e não dá para afastar um setor [aéreo]. Acho difícil que se ande, que se avance nessa área”, disse o Moreira Franco.
Apesar de dizerem que esperam essas medidas para evitar reajuste no valor das passagens aéreas, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que mede a variação de preços na capital paulista, só no mês de julho as passagens aéreas registraram alta de 8,53% ante junho. Em 12 meses, as passagens subiram 16,11%.
Com informações do portal G1.
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