O Fed (Federal Reserve, o BC americano) anunciou nesta quarta-feira a elevação a US$ 1,250 trilhão nos recursos destinados para socorrer o mercado imobiliário nos Estados Unidos. O banco informou, no comunicado divulgado após o anúncio de sua decisão sobre a taxa de juros (mantida em uma margem de variação entre zero e 0,25% ao ano), que vai comprar outros US$ 750 bilhões em títulos lastreados em hipotecas.

O Fed informou ainda que, visando colocar mais crédito em circulação entre as instituições privadas, vai adquirir até US$ 300 bilhões de títulos do Tesouro de longo prazo nos próximos seis meses. Além disso, o BC americano elevou de US$ 100 bilhões para US$ 200 bilhões o valor para comprar papéis de dívida emitidos diretamente pelas três empresas hipotecárias que contam com apoio do governo –a Fannie Mae, a Freddie Mac e a Ginnie Mae. Assim, só os valores anunciados hoje somam US$ 1,15 trilhão.

As medidas têm o objetivo de “melhorar as condições nos mercados de crédito” como um todo, segundo a nota do Fed divulgada hoje.

Em novembro do ano passado o BC dos EUA havia anunciado a compra de até US$ 500 bilhões em títulos lastreados em hipotecas que haviam sido garantidas pelas três gigantes hipotecárias. Na mesma ocasião o Fed havia anunciado a compra de outros US$ 100 bilhões em papéis de dívida emitidos pelas três empresas.

Com a taxa básica de juros no atual patamar, o Fed ficou sem uma de suas principais armas para tentar estimular a economia americana e tirá-la da recessão em que mergulhou em dezembro de 2007. Juros baixos tornam o dinheiro mais barato para os bancos, o que, em tese, deveria baratear empréstimos para empresas e pessoas físicas. Com a taxa quase a zero, o Fed não tem como tornar a captação de recursos mais atraente para os bancos.

No início deste mês, o Fed lançou um programa para impulsionar a oferta de crédito a consumidores e pequenas empresas, no valor de US$ 200 bilhões. O objetivo é que os recursos cheguem a consumidores para, por exemplo, quitar dívidas de cartão de crédito, pagar créditos estudantis e financiar compras de itens como automóveis. Além disso, irá ajudar pequenos empresários a manter as portas abertas.

Na última segunda-feira (16), o governo anunciou um plano de US$ 15 bilhões para abrir o mercado de crédito para as pequenas e médias empresas.

Além disso, o governo também lanço, no último dia 4, um programa de ajuda para que mutuários com problemas nos pagamentos de suas hipotecas consigam refinanciamento da dívida e evitem o despejo. O plano prevê um montante de US$ 75 bilhões para financiar entre 3 milhões e 4 milhões de “proprietários responsáveis” de modo a manterem seus imóveis.

Tudo isso tenta conter o que poderia virar um depressão. No fim do mês passado, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que a economia americana sofria uma “severa contração” e o desemprego no país deve crescer “substancialmente” até o início 2010, quando então deve começar a ceder e seguir em ritmo moderado.

No último domingo (15), o presidente da autoridade monetária americana reafirmou, em entrevista ao programa “60 Minutes”, da rede americana de TV CBS, que os Estados Unidos escaparam de cair em uma depressão, como a de 1929, e que a recessão “provavelmente” terminará no final deste ano.

Folha Online

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