Estudo divulgado ontem (18) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirma que o Brasil dispõe de elementos para reduzir os efeitos da crise internacional sobre o mercado de trabalho.

Segundo o economista Antonio Marcos Hoelz Ambrozio, da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, autor do estudo, a adoção do câmbio flutuante e a estruturação tecnológica das empresas funcionam como atenuantes do impacto da crise sobre o emprego. “Algum efeito adverso vai ocorrer, mas existem elementos estruturais no mercado de trabalho que podem funcionar como atenuantes ao impacto da crise.”

Isso não ocorreu nos anos 90, com as crises da Rússia e da Ásia, quando houve também aumento significativo na taxa de desemprego no Brasil, lembrou o economista. As condições da economia brasileira naquele período eram diferentes das de hoje. O câmbio era fixo e as empresas ainda se achavam em processo de ajuste à abertura econômica iniciada na década.

“Atualmente, o fato de já estar esgotado o processo de estruturação ao movimento de abertura econômica e a existência de um sistema de câmbio flexível podem dar proteção ao mercado de trabalho no caso de uma desaceleração do crescimento da economia mundial”. O estudo salienta que, mesmo com a queda do crescimento econômico, o impacto da crise será negativo, mas bem menor do que seria se mudanças estruturais não tivessem ocorrido no país.

No período de 2003 a 2008, a taxa de desemprego no Brasil recuou 4,4 pontos percentuais, caindo de 12,3% para 7,9%. Nos próximos meses, por conta da crise externa, entretanto, é possível que as condições do mercado de trabalho continuem piorando, com elevação na taxa de desemprego, diz o autor do estudo.

Segundo Ambrozio, o vetor principal do que vai acontecer na economia brasileira vai ser o desdobramento da crise internacional. Os sinais são de retomada do crescimento econômico a partir de 2010. E o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no país, deve ser acompanhado de um alívio do mercado de trabalho. São variáveis que andam juntas, completou o economista.

Agência Brasil / Alana Gandra

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