Brasil trabalha na contabilização do Carnaval e nos preparativos para a Copa
Arena Pernambuco, na região metropolitana de Recife. Foto: Divulgação / Portal da Copa.

Neste mês de abril o país está no meio de dois grandes eventos. Um que está para acontecer e outro que já foi realizado: a Copa e o Carnaval. Os dois lançam desafios a diversos setores da economia nacional. Exigem serviços mais bem estruturados e produtos específicos. Movimentam a economia e testam a capacidade de organização brasileira.

Passado pouco mais de um mês do Carnaval, há quem ainda esteja terminando de fazer o balanço dos resultados obtidos. Só no Rio de Janeiro, por exemplo, os investimentos públicos municipais ultrapassaram os R$ 35 milhões. É a cidade que mais aplica dinheiro com a festa no país, de acordo com a própria prefeitura. Cada escola de samba do grupo especial recebe uma ajuda de R$ 1 milhão para organizar os desfiles, além dos patrocínios e venda de fantasias, que complementam os custos necessários.

Os 465 blocos de rua que fizeram a folia pelos vários cantos da capital fluminense contribuíram para aquecer a economia nas diferentes regiões da cidade. O resultado estimado disso tudo, do dinheiro deixado pelos turistas e dos investimentos realizados pelas escolas de samba e blocos de rua, chega a R$ 2,2 bilhões, segundo a Riotur e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro.

Mas quem usou peruca colorida e tirou a vuvuzela da gaveta para cantar e dançar em uma das festas mais populares do país mal vai ter tempo de guardá-las novamente. Daqui algumas semanas a Copa começa e os mesmos setores que trabalharam no Carnaval vão entrar em ação com esquemas de serviço parecidos aos já utilizados na festa de março.

Aviação

Os preparativos já começaram. A Infraero, por exemplo, afirmou que está trabalhando em um esquema operacional parecido com o que foi utilizado no Carnaval: “Todos esses períodos de grande demanda servem para que nós possamos ir vendo como o plano operacional deve funcionar”.

De acordo com a assessoria de imprensa da estatal, o mundial da FIFA irá exigir uma operação parecida com a já utilizada tanto no Carnaval quanto na Copa das Confederações e na Jornada Mundial da Juventude, ocorridas no ano passado. “Então a expectativa é de atendimento tranquilo”, disseram.

Entre as companhias aéreas, a TAM colocou 22 voos extras entre o Rio de Janeiro e as principais cidades do país no período do Carnaval. No mercado internacional, dois voos extras entre o Rio e Santiago (Chile), além de duas frequências (ida e volta) entre ambos os destinos. A Gol adicionou 27 voos em todo o país com destino ao Rio de Janeiro. No total, a companhia fez 230 viagens extras no período em todo o país.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), a demanda cresceu 11,2% em fevereiro com relação ao mesmo mês do ano passado. A taxa de ocupação alcançou um índice de 80,6%: 8,5 pontos percentuais a mais que o mesmo mês de 2013. Segundo o presidente da entidade, Eduardo Sanovicz, o Carnaval é uma das razões desse resultado positivo, principalmente porque fevereiro tende a ser um mês menos expressivo pelo número menor de dias.

Para a Copa, as companhias aéreas projetam 16 mil voos extras no país e um aumento de 9,7% no volume de passagens ofertadas.

Outros preparativos

Ainda que as obras de acesso aos estádios programadas para serem entregues até a Copa estejam na reta final, algumas arenas – como a de Porto Alegre, de Curitiba e de São Paulo, palco da abertura do evento – seguem um cronograma apertado para conclusão das obras.

O secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, no entanto, ressaltou na última sexta-feira, 4, a sua confiança com o andamento dos projetos: “Infelizmente, o pessimismo é uma tendência comum quando se trata da realização de eventos de grande porte. Mas, no final das contas, as coisas sempre funcionam”.

Ainda que a indústria de bebidas e os setores de turismo, locação de automóveis e as empresas patrocinadoras do campeonato estejam ansiosas com o incremento das receitas proporcionado pelo Mundial, há quem contabilize perdas no período da competição. Alguns setores da indústria e do varejo devem ficar prejudicados com os feriados no período. Segundo a FecomercioSP, a perda estimada com os dias sem trabalho deve tirar US$ 30 bilhões do PIB.

Juliano Reinert

Especial para OEconomista

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