Falta de qualidade na educação é um dos principais fatores que prejudicam a competitividade do país.

Dentre 144 nações avaliadas, o Brasil é a 48º mais competitiva do mundo, segundo relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) e, entre 82 países, é o 37º no ranking do Economist Intelligence Unit (EIU). Apesar disso, tem posições díspares quando avaliados outros aspectos específicos.

Na economia, por exemplo, o país alcança a sexta posição mundial, mas a falta de engenheiros e profissionais com formação em ciências, além da falta de qualidade do ensino fundamental, posiciona o Brasil em 88º no ranking educacional da Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e em 116º na pesquisa do Fórum Econômico.

A falta de profissionais com mão de obra qualificada afugenta investimentos no país. Mas o relatório do Fórum Econômico aponta, ainda, outros fatores que fazem acender um sinal amarelo na hora de países estrangeiros investirem por aqui.

Entre os 144 países constados no relatório, o Brasil aparece na posição 121 no que diz respeito à confiança nos políticos. A excessiva regulação do governo (144º) e o desperdício de gastos públicos (135º) também aparecem como pontos negativos para o crescimento, investimentos e competitividade do país. A qualidade da infraestrutura de transportes (79º) também é vista como um grave problema, segundo o relatório internacional.

As regulações tributárias foram apontadas por 18,7% dos entrevistados como um dos fatores mais problemáticos para fechamento de negócios. Em segundo lugar, ficaram as questões infraestruturais, com 17,5% das respostas, seguida pela alta carga tributária (17,2%), a burocracia governamental ineficiente (11,1%) e as regulações trabalhistas restritivas (10,1%).

Mesmo para empreendedores nacionais a burocracia complica os investimentos. Reunir a documentação necessária para abrir uma empresa no Brasil pode levar até 119 dias. Nos casos menos demorados, é possível finalizar todas as etapas em 49 dias, segundo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Para o gerente de competitividade da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Cristiano Prado, “o Brasil tem cultura de exigir burocracia muito forte. São fases desnecessárias que tomam o tempo do empresário e torna o processo mais caro. Às vezes é tão complicado que o empresário prefere ficar na ilegalidade ou informalidade”, avaliou.

Pesquisa da Firjan aponta que o custo médio para abertura de empresas no Brasil é R$ 2.038.

Diante de todos esses gargalos, a riqueza do país mingua. Este ano, a previsão para crescimento do PIB não passa de 1,5% para os mais otimistas. De acordo com Justine Thody, diretora para as Américas da EIU, o Brasil foi o país mais prejudicado com a crise financeira internacional dentre os membros do Brics (sigla que também inclui Rússia, Índia, China e África do Sul).

A saída, segundo os órgãos internacionais, é o investimento. Mas ele ainda não está dentro dos níveis aceitáveis. Obras do PAC estão atrasadas, o que põe em descrédito o pacote de R$ 133 bilhões em concessões para infraestrutura anunciado pela presidenta Dilma neste ano. Para o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que é parceira do Fórum Econômico para elaboração do estudo sobre competitividade no Brasil, tudo vai depender da execução. “Nos últimos anos, houve projetos fantásticos de infraestrutura, que não foram implementados”, alfinetou.

Com informações do Estado de S. Paulo e Agência Brasil.

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