Com estoques cheios, previsões de expansão da indústria ficam menores
Além das montadoras, que estão com pátios cheios, indústrias têxtil, mecânica e de vestuário e calçados estão com excesso de estoques.

A revisão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) da projeção de crescimento para o setor é reflexo da situação dos estoques das empresas. Além das montadoras, a indústria têxtil, mecânica, de vestuário e calçados estão enfrentando dificuldades em dar vazão aos estoques excessivos.

Em março, de 14 setores industriais, nove tiveram aumento de empresas com produtos parados, de acordo com o indicador de estoques da Fundação Getúlio Vargas (FGV), medido mensalmente.

No mesmo período, das 1,2 mil indústrias pesquisadas pela FGV, pelo menos 8,4% tinham excesso de estoque, já excluindo o 1% de empresas que declararam ter produtos insuficientes nos depósitos. A média desse indicador nos últimos cinco anos é de 3,5%.

Quando a quantidade de empresas com estoques excessivos é superior a 10%, considera-se situação de super estocagem. Entre as montadoras, 26,7% declararam estar com os pátios cheios. O excesso de estoques se repete em 15,6% das empresas da indústria têxtil, em 14,4% das mecânicas e em 13,3% nas de vestuário e calçados.

Como consequência, as empresas estão programando férias coletivas, suspendendo contratos de trabalho e realizando programas de demissão voluntária. Além da CNI, que diminuiu a previsão de crescimento da indústria de 2% em dezembro para 1,7%, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também reajustou de 2% (em dezembro) para 0,8% a expectativa de expansão do setor. Até o Banco Central tem previsões menos otimistas, apontando, no relatório sobre a inflação, uma alta de 0,5% na indústria de transformação, ante 1,9% de alta visto no ano passado.

Este cenário se contrapõe ao observado no início do ano. Em janeiro, o índice de produção industrial medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou crescimento de 3,8%. Em fevereiro o resultado ficou positivo em 0,4%, fechando um bimestre responsável por reverter as perdas dos últimos dois meses do ano passado.

Mas a crise na argentina, a alta dos juros e da inflação, a desconfiança do empresariado e do consumidor impactaram fortemente no setor, segurando o desempenho da indústria e aumentando seus estoques.

Com informações do Estado de S. Paulo.

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