Como construir um orçamento pessoal

Como prometido antes aqui no blog, hoje vamos ensinar você a construir um orçamento pessoal que seja eficiente e que possa, de verdade, ajudá-lo a controlar seu dinheiro e ainda fazê-lo poupar seus recursos para realizar projetos e sonhos futuros. Antes de partirmos para a ação, vamos só relembrar do que se trata essa ferramenta de gestão.

Bom, o orçamento pessoal é um instrumento de planejamento financeiro particular que serve como base para a realização de projetos pessoais. Para que esse planejamento seja eficaz, é necessário organizar e planejar suas despesas, com o objetivo de gastar bem o seu dinheiro, suprir suas necessidades e ainda realizar sonhos e atingir metas, de acordo com as prioridades definidas.

Sem mais demora, vamos ver como construir um orçamento pessoal!

Como começar um orçamento pessoal?

Para esclarecimento, aqui vamos tratar do orçamento pessoal de apenas uma pessoa. É que algumas metodologias usam o mesmo modelo para o orçamento familiar, mas entendemos que isso exige trabalhar com outras variáveis, pois envolve os filhos e todas as suas necessidades ― sobre orçamento familiar falaremos em outro momento. Então, aqui, fique ciente que estamos falando de uma pessoa solteira, que mora sozinha e paga as contas com o próprio dinheiro.

Com isso em mente, vamos partir para a ação. Preparamos um passo a passo para orientá-lo na construção do seu orçamento pessoal. Esse é o método que achamos mais eficaz, porém, há vários outros que você pode usar. O importante é você se sentir seguro e confiar no que está fazendo.

Passo a passo para construir um orçamento pessoal

Para construir um orçamento pessoal eficiente, o primeiro passo deve ser escolher uma ferramenta que servirá como base para o registro dos seus ganhos e gastos. Há várias opções disponíveis, inclusive on-line, mas a nossa indicação é usar a planilha de finanças pessoais d’O Economista, que além ser gratuita, é simples e fácil de usar. Para baixá-la, é só clicar na imagem!

Muitos métodos indicam que a escolha da ferramenta deve vir depois, uma vez que é mais fácil encontrar algo que case com suas as necessidades após listá-las do que o contrário. No entanto, entendemos que, como você está iniciando um orçamento, é importante ter uma planilha completa que pode, inclusive, orientá-lo na hora de enumerar suas receitas e despesas.

Além de servir como inspiração, a nossa planilha é totalmente customizável. Isso significa que você pode trocar os nomes das categorias e dos itens dentro delas conforme os seus ganhos e gastos. No texto Conheça a melhor forma de fazer um controle eficiente das finanças, explicamos em detalhes como usar a planilha e adaptá-la conforme suas necessidades. Para acessar, é só clicar aqui!

Chegou o momento de planejar

O segundo passo é fazer o seu planejamento financeiro. Sim, ele faz parte do orçamento. Esse processo consiste em estimar as receitas e despesas de um determinado período. Se você está começando agora, pode prever cerca de seis meses, mas o ideal mesmo é planejar um ano inteiro. Assim, você consegue ter uma visão de longo prazo dos seus ganhos e gastos e pode, como veremos daqui a pouco, estipular objetivos mais concretos.

As receitas

Nesta etapa, comece registrando seus ganhos, que engloba o seu salário ou pró-labore, os benefícios como o vale-alimentação, e outros rendimentos que você tem, como aluguel ou trabalho extra. O ideal é diferenciar o que é fixo do que é variável.

Vamos pegar um exemplo que usamos no texto sobre o conceito de orçamento: homem que trabalha no primeiro turno de uma indústria com carteira assinada e que no restante da tarde e início da noite durante a semana complementa o salário rodando como Uber. Além disso, em dois fins de semana por mês, ele ajuda na pizzaria do primo como garçom em troca de um percentual das vendas, e ainda recebe um pequeno valor de aluguel de um imóvel deixado como herança pelo avô.

Isso significa que ele tem quatro fontes de receitas, sendo duas fixas (salário e aluguel) e duas variáveis (Uber e pizzaria). As fixas são fáceis de se prever, pois o valor só altera um pouco no mês de férias e quando se recebe o décimo terceiro. O legal é manter o registro deste dinheiro separado do fixo mensal. Se ficar mais fácil, você pode considerá-lo um extra.

Já as receitas variáveis vão precisar de um pouco de jogo de cintura, pois elas serão realmente uma previsão. Para não dar um passo maior que a perna, a dica é sempre fazer uma estimativa pessimista, assim, não se corre o risco de contar com um dinheiro que você ainda não ganhou. Se entrar mais, ótimo.

As despesas

Receitas anotadas, chegou a momento de ir para as despesas. Em nossa planilha, seguimos as orientações de especialistas e dividimos por categorias, como habitação, saúde e transporte. E para cada categoria, acrescentamos alguns itens. Entendemos que, dessa forma, você consegue ter uma visão bem completa dos gastos e, se houver a necessidade, consegue estipular cortes com mais facilidade.

Do mesmo jeito que as receitas, os gastos também estão divididos em fixos e variáveis. Os fixos são aqueles que, além de se repetirem ao longo dos meses, variam bem pouco, como o aluguel ou o financiamento da casa e o condomínio, no caso de quem mora em apartamento. No entanto, é interessante manter nessa lista as contas de água, energia elétrica, gás e supermercado, por exemplo, pois, apesar de terem variações, elas são constantes, você tem que pagá-las mensalmente.

O cuidado com elas está na previsão de valores. Digamos que você tem ar condicionado e costuma usá-lo no verão. Neste caso, é preciso estimar que a conta de energia virá mais alta. O mesmo ocorre no inverno, quando usamos o chuveiro mais quente, o que consome mais megawatts. Para o supermercado é o mesmo caso, pois, por mais que os itens da lista possam variar, normalmente compramos a mesma quantidade, deixando os valores mensais similares. Na dúvida, procure pelas contas anteriores para ter uma base de comparação.

E não se esqueça de separar um valor para as emergências, que deve ser fixo. Se não for utilizado, ótimo. Se for, não atrapalhará seus outros planos. Imagine que neste mês você completa 30 anos e planeja um jantar especial. Porém, uma semana antes, amanhece com uma dor de dente horrível e precisa fazer um canal urgente, caso contrário perderá o dente. Sem uma reserva de dinheiro, adeus comemoração. O ideal é ir guardando pequenas quantias todo mês e acumulando, assim, não fica pesado no orçamento.

As despesas variáveis são aquelas que ocorrem no dia a dia, como a compra de um remédio, calçado ou roupa e até aquele happy hour com os amigos. Você pode prever um valor para cada item, ou um valor geral por categoria.

Aqui a dica fica por conta do uso do cartão de crédito, especialmente se você usa esse recurso justamente para os gastos fora da rotina. Use uma das categorias da nossa planilha para os gastos com o cartão. Você pode abrir várias linhas e listar alguns itens para ir acrescentando os valores conforme for comprando, principalmente as vendas à prazo. E lembre-se que as compras no cartão de crédito são registradas hoje, mas o pagamento ocorre apenas no mês seguinte. Então, assegure-se que você terá dinheiro para quitar a fatura quando ela vencer.

Agora que você está com tudo planejado, ou seja, já registrou tudo na planilha, é hora de verificar o resultado. Na nossa planilha, está tudo lá no final, em Totais. Os rendimentos, os gastos e o saldo do mês, que é o que sobrou, ou seja, os rendimentos menos os gastos. Se você planejou tudo como indicamos e o resultado for positivo, significa que naquele mês você realizará tudo e ainda sobrará dinheiro.

Porém, se o saldo do mês ficar vermelho, é hora de acender o alerta e voltar sua atenção para o orçamento. Afinal, é justamente para saber se está tudo equilibrado que você preencheu a planilha, não é mesmo? O foco são as despesas variáveis, pois é delas que se pode cortar. O jeito mais fácil de resolver isso é deixar algo para comprar depois ou, mesmo, evitar alguns compromissos. Por exemplo, digamos que você separou R$ 200 para lazer e mais R$ 200 para roupas. Reduzir metade de cada um já fará uma diferença enorme no resultado.

Último passo: registro e acompanhamento

Planejamento feito, planilha preenchida e contas todas no azul, é a hora de partir para o dia a dia desse orçamento. Tudo o que você precisa fazer é acompanhar para ver se as contas estão seguindo o que foi planejado. Para as contas fixas, é só conferir se os valores batem. Geralmente, será preciso fazer alguns ajustes nas contas de água, energia, gás, mas são mínimos. Depois de tudo pago, você pode marcar os números com uma cor diferente, para indicar que está tudo OK.

No caso do supermercado ou da farmácia, em que pode ocorrer mais de uma compra dentro mês, basta ir somando os valores, assim, terá o total no fim. O mesmo vale para o almoço fora de casa, o happy hour, o cafezinho no meio da tarde. Se houve gasto, ele deve ser registrado. Por isso, o ideal é fazer um controle diário. No fim do dia, abra sua planilha e aponte tudo. Para facilitar, guarde os comprovantes das compras (se não tiver, anote em um papel e guarde) e, se necessário, acesse o seu extrato bancário.

Conforme for registrando, vá acompanhando se o saldo do mês está dentro do planejado. Para quem está começando e nunca fez um orçamento, pode ser legal montar duas planilhas: uma com o planejado e outra com o realizado. Deixe a do planejado sem alterações e vá mudando somente do realizado, assim, fica mais fácil ver se os valores estão batendo e se você realmente tem noção das suas receitas e despesas. Esse também é um bom exercício para testar suas previsões, se estão dentro da realidade, são pessimistas ou otimistas demais.

E sobre o dinheiro que sobra por mês, falaremos com mais detalhes em outro texto o que fazer com ele. O que você precisa saber é que ele pode ser incorporado como uma espécie de receita no mês seguinte, separado para um investimento, como a poupança, ou até entrar para o fundo de reserva, garantindo que você não terá surpresas no futuro.

Esperamos que este texto seja muito útil para o seu dia a dia e faça você pensar em como é importante ter o controle sobre o próprio dinheiro. Em tempos de economia instável, em que não conseguimos prever muito bem o futuro de maneira geral, conhecer pelo menos o que está em nossas mãos é fundamental. Mais para frente em nossa série de educação financeira, vamos mostrar como reverter uma situação negativa e de dívidas. Aqui, o objetivo é mesmo mostrar como construir um orçamento pessoal eficiente.

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