O ritmo intenso vivido de consumo e investimentos feitos na economia brasileira nesse primeiro trimestre elevou as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) e preços conforme o “Relatório de Inflação”, divulgado nesta última quinta-feira, dia 27, pelo Banco Central. A expectativa é de que a economia brasileira expanda em 4,8%, um pouco mais do que os 4,5% previstos em dezembro. Para a inflação, porém, a previsão também foi elevada de 4,3% para 4,6%. Apesar de positivo, o índice é inferior aos dados de 2007. O bom desempenho da economia já foi constatado no considerável crescimento no PIB do ano passado que encerrou com alta de 5,4%. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão independente, mas ligado ao governo, também estimou que a economia crescerá menos neste ano do que em 2007. A expectativa é de que o PIB fique entre 4,2% e 5,2% em 2008.

O bom resultado do PIB de 2007 surpreendeu economistas e analistas que esperavam um percentual dois décimos menor. Até o governo previa algo em torno de 5,2% ou 5,3%, como o Ministro Guido Mantega comentou recentemente em diversos meios de comunicação. O que chama a atenção é o desempenho agropecuário. De um modo geral, o resultado alcançado do Produto Interno Bruto foi de R$ 2,6 trilhões. O próprio Ministro comentou que o atual momento econômico do Brasil é comparável aos chamados “anos dourados” entre 1950 e 1970. Ele afirmou que naquele período o país cresceu em média 7% ao ano, enquanto a população avançava a um ritmo anual de 3%. E, atualmente, o crescimento fica em torno de 5% e se dá ante um avanço de 1,3% da população.

O BC reforça em nota oficial a preocupação com um descompasso importante entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas, conforme o Copom já anunciou em sua última reunião. “O Copom considera que a persistência de descompasso importante entre o ritmo de expansão da demanda e da oferta agregadas tende a elevar a probabilidade de que tal cenário venha a se materializar”, informa o órgão em trecho da ata de sua última reunião. A possível alta da inflação coloca em perigo a meta estipulada para o ano de 2008, de 4,5%, e com isso deixa clara a intenção dos representantes de, já na próxima reunião, optar pela elevação da taxa básica de juros (Selic).

O temor do BC está nas indústrias que não consigam atender a essa demanda e isso pressione os preços, causando inflação. É justamente este o argumento usado pela entidade monetária para, nos últimos meses ter brecado a queda da Selic, a taxa básica de juros, hoje em 11,25% ao ano. “O persistente descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e da oferta, ratificado pelas contas nacionais recentemente divulgadas, e que poderia estar se intensificando, apresenta risco relevante para o panorama inflacionário, o que requer atento monitoramento por parte da autoridade monetária”, divulgou o BC.

No Relatório, o BC avalia que pelo menos o crescimento dos investimentos no Brasil seguirá na mesma intensidade tendo como propulsor o consumo interno, apesar da desaceleração de economias globais como os EUA. “O fortalecimento da demanda doméstica, ao ampliar a resistência da economia a desenvolvimentos externos, cria ambiente favorável à expansão dos investimentos, mesmo em cenário de desaceleração moderada no crescimento de economias maduras.”

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