A cotação do dólar comercial desta quinta-feira, 5,foi a maior em mais de uma década. Ao fim do dia, a moeda americana fechou em R$ 3,01. Foi o quarto dia de altas ante ao real, o que fez os analistas questionarem a efetividade dos reajustes fiscais.

A alta da cotação também está fortemente relacionada à acentuada recuperação econômica dos Estados Unidos desde janeiro, quando subiram as encomendas de bens duráveis, interrompendo quatro meses de queda no setor. Isso fez com que outras moedas também perdessem valor em relação ao dólar. O euro, por exemplo, ficou abaixo de US$ 1,10 pela primeira vez desde 2003.

Ainda que a valorização de 5,26% em uma semana do dólar ante ao real beneficie exportadores (que acabam faturando mais pela diferença cambial), ela prejudica quem importa. Além disso, o risco do rebaixamento do Brasil, somados à instabilidade política e econômica do país, afugentam investidores estrangeiros, segundo o mercado.

Esses fatores só fortalecem as dúvidas quanto às políticas econômicas do ministro Joaquim Levy, principalmente depois do Senado recusar a proposta de aumentar o tributo das empresas, nesta semana.

Além de dificultar a vida de quem viaja, a alta da moeda americana deve impactar principalmente no preço dos importados, o que deve pesar ainda mais sobre a inflação no Brasil.

Com informações da Folha de São Paulo e do jornal O Globo.