A crise internacional afetou a realização de fusões e aquisições de empresas no Brasil neste início de ano, de acordo com relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers, divulgado esta semana. Nos dois primeiros meses de 2009, foram efetuadas 62 transações, revelando queda de 42% em comparação ao mesmo período do ano passado (105 negócios).

O sócio da Price, Alexandre Pierantoni, disse hoje (13) à Agência Brasil que, além da crise externa, a queda reflete transações que foram paralisadas ou mesmo canceladas desde outubro do ano passado e que estão sendo percebidas agora. “O último trimestre já foi bastante inferior ao que tinha sido em 2007, mas esse efeito maior está vindo agora no começo deste ano”, disse.

Pierantoni afirmou que o volume de operações de fusões e aquisições no Brasil deverá retornar aos níveis de 2006, quando foram fechadas 573 transações. De maneira geral, ele acredita que os primeiros seis meses do ano deverão ter um movimento mais fraco, com crescimento no segundo semestre e “um número de negócios que deve ficar no patamar de 500 a 600 transações, muito próximo, inclusive, do que acabou sendo o ano de 2008”.

O sócio da Price analisou que o movimento de fusões e aquisições passou a ser uma ferramenta de negócio. “As empresas usam isso no seu dia-a-dia como uma forma de implementar estratégia”. Pierantoni destacou que em 2009, já se está percebendo que essa ferramenta está sendo utilizada também para sustentar as empresas e deixá-las mais fortes.

O movimento de aquisições e fusões no Brasil entre 2002 a 2005 tinha média em torno de 384 transações anuais. “Foi um período bastante estável em termos de volume de transações”, disse. A partir de 2006, houve uma evolução, chegando-se à média de 644 negócios/ano. “E nós achamos que continua nesse patamar em 2009, já incorporando fusões e aquisições como uma ferramenta de negócios, como está ocorrendo no mundo. Então, o volume de negócios está voltando”, afirmou.

Segundo Pierantoni, não deve haver, contudo, nenhuma “explosão”. O mercado brasileiro continua atrativo, porém cauteloso, afirmou. As transações mais afetadas pela crise no bimestre janeiro/fevereiro de 2009 são as que envolvem participações controladoras.

Elas representam 60% do total das transações e tiveram queda de 43% em relação a igual período de 2008. As operações para fortalecimento das empresas, por meio de fusões e joint-ventures (parcerias), cresceram 15%. O setor de serviços públicos foi o destaque no período analisado, com um total de 13% das transações.

Agência Brasil / Alana Gandra

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