A crise nos Estados Unidos, cujo capítulo mais recente foi a quebra do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimentos daquele país, ainda está longe do fim, afirmam especialistas consultados pela Agência Brasil.

A falência do Lehman Brothers foi um capítulo à parte na porque o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, não emprestou dinheiro para evitar a concordata do banco. “O mercado entendeu isso como uma mudança de rota e se assustou com a decisão [do Fed]”, explica Tharcisio Bierrenbach de Souza Santos, diretor do curso MBA da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) de São Paulo. Em março, o Fed emprestou dinheiro para que o banco JP Morgan comprasse o quase falido Bear Stern.

“A inadimplência no crédito afetou a saúde financeira dos bancos e isso desencadeou a crise na bolsa”, explica o professor Antonio Correa de Lacerda, do departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A crise, lembram os especialistas, foi provocada por problemas no mercado imobiliário americano.

“Guardadas as devidas proporções, esta crise tem o tamanho e a gravidade da crise de 1929”, acredita Santos. Ele explica que o mundo hoje está mais preparado do que na década de 30, quando a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou. “Hoje o mercado esta mais controlado, temos uma série de mecanismos para não deixar a situação se alastrar.”

A crise econômica, segundo especialistas, não tem hora para acabar. E, segundo o diretor da FAAP, a bolha americana não é a única. “Há situações semelhantes em diversos países da Europa, como a Holanda e a Inglaterra e até mesmo na Oceania, na Nova Zelândia e na Austrália”, diz.

Mas como esta crise afeta o cidadão comum no Brasil? O economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultoria, explica que por hora o país não está sentindo os efeitos da crise. “O principal efeito é a queda de commodities, que não se reflete diretamente na economia real, só no mercado de exportações”, ensina.

Para o professor da PUC, as bolsas de valores estimulam o crescimento e o surgimento das empresas e o movimento da economia acompanha seu ritmo. “Uma crise profunda diminui a capacidade de expansão das empresas e, conseqüentemente, de gerar empregos.”

Ivy Farias / Agência Brasil

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