A dívida pública federal aumentou 3,39% em junho e soma R$ 1,805 trilhão. Foi a maior expansão mensal no ano, de acordo com o relatório mensal da dívida, divulgado nesta quinta-feira, 21, pelo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Fernando Garrido.

Ele explicou que houve uma emissão líquida de R$ 43,31 bilhões em títulos públicos no mês de junho, dos quais R$ 30 bilhões foram repassados para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao amparo da Medida Provisória 526, que autoriza emissões equivalentes a R$ 55 bilhões para o banco de fomento.

Resta ainda um saldo de R$ 25 bilhões para reforçar o caixa do BNDES, e que “vão contribuir com mais investimentos para as empresas, expansão da capacidade produtiva do país, melhora dos níveis de emprego e mais crescimento econômico”, segundo Garrido. Ele ressaltou, contudo, que não sabe quando serão emitidos novos títulos para o BNDES.

Da dívida total, R$ 1,729 trilhão são relativos à Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 75,97 bilhões são computados na Dívida Pública Federal externa (DPFe). Enquanto a DPMFi, que equivale a 95,79% do total, cresceu 3,86% em junho, a DPFe, que representa 4,21% da dívida geral, encolheu R$ 5,11 bilhões em relação a maio.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 71,66 bilhões em títulos públicos, dos quais 67,84% com remuneração prefixada, 27,29% indexados indexados a índices de preços e 4,78% corrigidos à taxa flutuante. Os resgates de títulos em poder do público somaram R$ 28,35 bilhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 43,31 bilhões que se somam aos R$ 15,84 bilhões de juros sobre o estoque da dívida.

De acordo com Fernando Garrido, a parcela da dívida pública atrelada a títulos prefixados aumentou de 36,38% em maio para 38,13% em junho, e “isso ajuda no perfil de composição da dívida”. Os títulos indexados a índices de preços aumentaram um pouco, de 26,67% para 26,96%, e os outros dois indexadores caíram. A parcela atrelada à taxa Selic caiu de 32,50% para 30,91% e os títulos referendados pelo câmbio baixaram de 4,45% para 4,01%.

O relatório do Tesouro mostra que houve melhora no perfil da dívida quanto aos vencimentos, em termos percentuais. Os compromissos de curto prazo (12 meses) caíram de 21,20% em maio para 21,03% em junho, embora se registre aumento nominal de valor, que passou de R$ 370,24 bilhões para R$ 379,64 bilhões.

Stênio Ribeiro/Agência Brasil

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