Executivos de importantes empresas nacionais reunidos hoje (11) em encontro promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, recomendaram que o governo faça adequações em suas contas aos tempos de crise e corte gastos, principalmente com o funcionalismo. Segundo eles, estados, municípios e a Federação deveriam seguir o exemplo de corporações, que estão fazendo poupança para enfrentar mais bem preparados uma possível recessão econômica mundial.

“As empresas estão se ajustando, cortando despesas, hora-extra, contratação. É importante que o governo também se adeqüe à realidade”, afirmou o presidente do Conselho do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau, um dos palestrantes do evento. “O Brasil tem um problema de gestão enorme.”Para ele, o governo age internamente como se o mundo não estivesse passando por uma crise e comete erros, como o de conceder aumentos a funcionários públicos baseados em índices, segundo ele, “fora da nova realidade”.

O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, ratificou a opinião de Gerdau e ressaltou a importância da rapidez na tomada de decisões. “Crise requer decisões rápidas, não só de empresas como do governo”, disse. “Acho que deveríamos passar por um aperto das contas tanto no governo quanto nas empresas.”

O mesmo acerto nas contas foi defendido também pelo ex-ministro e atual vice-presidente do Grupo RBS, Pedro Parente. Contudo, ele fez uma ressalva e disse que os cortes poderiam colaborar para a desaceleração da economia do país. “Quando todos cortam gastos acabam ajudando para o aumento da retração que pode chegar aqui.”

Em discurso, o senador Aloizio Mercadante (PT) também chamou a atenção dos empresários para essa possibilidade. Ele disse que o governo deve, sim, evitar aumentar seus gastos fixos, como os com a folha de pagamento, mas afirmou que ele não pode deixar de investir. “O país tem que ter uma política anticíclica”, disse o parlamentar, apontando para a importância da manutenção das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O senador disse ainda que a crise é uma boa oportunidade de fazer mudanças nos rumos do Brasil e afirmou que elas poderiam começar pela reforma tributária e trabalhista, cujos projetos no Congresso.

Agência Brasil / Vinicius Konchinski

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