Quatro empresas brasileiras lideram o ranking de sustentabilidade das 50 maiores empresas da América Latina, conforme trabalho divulgado pela consultoria multinacional Management & Excellence (M&E) e publicado na revista Latin Finance, especializada no setor financeiro da região.

Essa é a terceira vez que as empresas brasileiras participam da classificação. Nesta edição, as quatro que se destacaram são a CPFL, a Petrobras, a Embraer e a TAM.

Atuando há quase dez anos na área de consultoria estratégica e sustentabilidade, a M&E tem sede em Madri, na Espanha, e desde 2006 mantém um escritório em São Paulo, responsável pela elaboração do ranking de sustentabilidade latino-americano.

A diretora da M&E para a América Latina, Angélica Blanco, disse à Agência Brasil, que o estudo confirma que o Brasil está preparado para receber investimentos estrangeiros. “Porque o empresário brasileiro está preocupado com essa transparência em comunicar, em dialogar, em se fazer ver pelas partes interessadas, e o investidor internacional é uma delas, o que não ocorre com outros países, que ainda estão começando a caminhar nesse sentido.”

Angélica destacou, ainda, que o Brasil já tem empresas que, além de darem transparência às suas ações, se comprometem com metas, “como é o caso da CPFL, da Petrobras e de alguns bancos, que fazem parte de outro ranking específico”.

Segundo a executiva, a publicação da classificação anual de sustentabilidade na revista Latin Finance permite que as empresas listadas tenham uma maior penetração no mercado externo. “O ranking significa o reconhecimento dos esforços efetuados pelas companhias latinas para o cumprimento dos critérios internacionais e públicos em que se baseia o trabalho”, explicou.

“A gente não avalia as empresas mais sustentáveis da América Latina mas, sim, as 50 maiores empresas, cujo desempenho tem foco na sustentabilidade”, esclareceu. Conforme Angélica, não é um projeto específico que leva as empresas a se distinguirem no ranking, mas o seu comportamento geral.

A pesquisa analisa os critérios de governança corporativa, responsabilidade social e sustentabilidade, que incluem o desempenho financeiro, a ética e a transparência.

A primeira da lista é a CPFL, que atendeu a 89,29% dos 140 critérios exigidos. A diretora afirmou que a companhia procura seguir os principais indicadores e critérios internacionais no que se refere à comunicação, transparência e regras de governança.

No ano passado, o estudo se referiu à governança corporativa, que é o primeiro critério que o investidor estrangeiro vê na hora de analisar uma empresa. Este ano, porém, em função da crise financeira internacional, a M&E resolveu aumentar o escopo da pesquisa, “porque não era suficiente analisar apenas regras de governança, uma vez que a falta de transparência parece ter sido o elemento que detonou a crise internacional”.

O Brasil é o país com maior número de empresas incluídas no ranking de sustentabilidade das 50 maiores companhias da América Latina, são 23. Em seguida, vem o México, com 16, e a Argentina, com três. Angélica Blanco constatou que, “de longe, o Brasil é benchmarket [referência] quando a gente fala de transparência, de sustentabilidade, no sentido de desenvolver o negócio a longo prazo. O empresário brasileiro começa a ter essa mentalidade”.

Ela ressaltou, contudo, que essa é apenas uma amostra da totalidade de empresas existentes no Brasil. “Mas é um bom começo. Empresas médias e pequenas têm em quem se espelhar”.

Alana Gandra – Agência Brasil

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