Entidades se preparam para fiscalizar fraudes na Black Friday
Selo “Black Friday Legal”, desenvolvido pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net): quem se cadastra para recebê-lo compromete-se a respeitar o consumidor. Foto: Divulgação.

À meia-noite dessa sexta-feira, 28, vai começar a quinta edição da Black Friday no Brasil. Embora já tenha adquirido a fama de “black fraude”, a megaliquidação continua despertando o interesse dos consumidores, que têm a esperança de encontrar verdadeiras promoções. Para ajudar nessa tarefa, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) organiza uma lista de lojas confiáveis. Ao se cadastrarem, elas recebem o selo de “Black Friday Legal”.

Funciona assim: as empresas que aderem à campanha comprometem-se, por meio de um código de ética, a não maquiar os preços e organizar, de fato, uma liquidação. Se descumprirem a regra, não recebem o selo no ano seguinte. Neste ano, 500 lojas exibirão o selo, o que é um número positivo, já que ano passado apenas 123 estavam inscritas.

O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e a Fundação Procon-SP também estão atentos ao oportunismo dos varejistas neste ano. As duas entidades elaboraram uma série de recomendações às empresas participantes, como a disponibilização de canais de atendimento de fácil acesso 24 horas para que o consumidor esclareça suas dúvidas, além de reforço na infraestrutura para melhor estabilidade dos sites mesmo com grande volume de acessos. A ideia é tornar o evento o menos tumultuado possível.

Nos anos anteriores, pesquisas revelaram maquiagem de preços (os valores subiam um dia antes da promoção para que houvesse uma espécie de “desconto do dobro”), problemas no atendimento aos consumidores e até falta de entrega. Para minimizar tudo isso, algumas ferramentas como a lista do Procon de sites a serem evitados e o “VocêConsulta Empresas” da Serasa Experian são boas alternativas de prevenção.

Ainda assim, os cuidados para evitar dores de cabeça típicas dessa campanha não param por aí. Desconfiar de descontos espetaculares é a primeira dica. Especialistas afirmam que é irreal um corte superior a 30%. Passou disso, por melhor que for a promessa de ser verdadeiro, não é.

A segurança fica maior, principalmente no que diz respeito ao cumprimento do pedido e entrega da compra, quando se adquire produtos de sites já conhecidos, onde o consumidor está habituado a fazer negócios. Esse cuidado evita surpresas. Considerar o selo “Black Friday Legal” também é uma boa alternativa.

No entanto, as lojas físicas também fazem promoções e estas não têm selo e nem é possível verificar o histórico dos preços sem pesquisa prévia in loco. Neste caso, o consumidor deve ligar o “desconfiômetro” (aquela dica de ser impossível desconto maior que 30% é importante aqui) e buscar os seus direitos descritos no Código de Defesa do Consumidor.

É bom lembrar que uma pesquisa do Programa de Administração do Varejo (Provar) feita no ano passado mostrou que 22,6% dos produtos tiveram redução após a Black Friday. Então nem sempre é confiável se deixar levar pelos discursos mirabolantes que acompanham essa liquidação. Nos dias seguintes, o varejo continua fazendo promoções e, sem todo aquele alvoroço, fica mais certo a existência de um verdadeiro desconto.

A Black Friday é tradicional nos Estados Unidos e ocorre sempre na sexta-feira seguinte ao dia de Ação de Graças para esvaziar os estoques e iniciar as vendas de Natal. No Brasil, a primeira edição do evento ocorreu em 2010. Ele chegou por aqui nos mesmos moldes do norte-americano, mas com foco principal nas lojas on-line. Neste ano a expectativa é que o faturamento do varejo alcance os R$ 970 milhões só no dia do evento, de acordo com levantamento da consultoria Conversion.

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