EPE garante que não há risco de desabastecimento de energia
Mesmo com reservatórios abaixo do nível necessário, presidente da EPE garante que não há risco de racionamento de energia e que o país está com abastecimento garantido até 2018.

Apesar da estiagem que atinge praticamente todo o país, principalmente as regiões onde estão concentrados o maior número de reservatórios, e do aumento recorde do uso de energia elétrica, a situação vivida hoje, do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica, é melhor do que no ano passado e o país tem energia elétrica garantida até 2018.

De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a garantia é possível porque o sistema elétrico do país adota o modelo hidrotérmico, que possibilita o acionamento das usinas termoelétricas.

“O modelo atual é baseado em uma matemática que determina o acionamento das térmicas nos períodos secos e sempre que houver riscos ao nível dos reservatórios. Temos que nos acostumar com esta convivência [com um sistema hidrotérmico]. Então é normal o acionamento das térmicas e faz parte do sistema, uma vez que nós temos cada vez menos reservatórios”, explicou.

Para o presidente da EPE, responsável pelo planejamento energético do país no longo prazo, com os leilões já realizados há energia contratada suficiente para garantir o abastecimento energético do país até 2018. “Nós agora já estamos pensando em leilões que garantam o suprimento para 2019, porque para 2018 o grosso [do fornecimento] já está garantido”, disse.

Maurício Tolmasquim lembrou que nos próximos anos várias usinas estarão entrando em operação, como a Usina Hidroelétrica de Teles Pires (localizada na divisa dos estados do Pará e do Mato Grosso, que está sendo construída ao custo de cerca de R$ 4 bilhões, com capacidade instalada de gerar 1.820 megawatts (MW); Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no estado do Pará, Região Norte do país, a segunda maior hidroelétrica do Brasil, menor apenas que a Itaipu Binacional, e a terceira maior do mundo, com capacidade de produção 4,571 MW; e a Usina de Angra 3, no litoral sul Fluminense, com investimentos de R$ 12,9 bilhões e capacidade de geração de cerca de 1.350 MW.

Para o presidente da EPE, apesar de dois anos de seca consecutivos, o modelo energético brasileiro passou pelo teste sem risco de desabastecimento. “O sistema provou que é a prova de períodos secos. No ano passado nós tivemos no Nordeste a pior seca dos últimos 50 anos e agora estamos passando janeiro com uma seca muito forte no Sudeste. E apesar desses exemplos, por dois anos consecutivos não houve e nem haverá nenhum risco de racionamento. Isto significa que nós temos um sistema elétrico bastante seguro e estruturalmente tem sobra de energia”.

Ele destacou o fato de que as chuvas que ocorreram este ano foram em locais onde não se encontram os grandes reservatórios, como no Espírito Santo. “As chuvas não foram suficientes. No Sudeste, por exemplo, agora em janeiro as chuvas estão bem abaixo da média histórica – mais ou menos 54% a 55% da média histórica”.

Nielmar de Oliveira / Agência Brasil.
Edição: Fernando Fraga.

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