Equilíbrio entre razão e emoção

Em algum momento da sua vida, especialmente de adulto, você já deve ter ouvido que é preciso fazer escolhas. Quando falamos na questão financeira, não é diferente. Porém, há pessoas que não conseguem tomar decisões racionais e acabam gastando mais do que podem ou comprando coisas sem necessidade. Não estamos dizendo que é tarefa fácil, mas manter o equilíbrio entre razão e emoção na hora de comprar é fundamental para as finanças pessoais.

Por isso, hoje, vamos tratar exatamente deste assunto na nossa série sobre educação financeira. Nosso principal objetivo aqui é fazer você entender que manter o equilíbrio não significa deixar de comprar o que quer, mas, sim, investir naquilo que você realmente precisa e que, no fim, é o que vai lhe dar prazer. Siga com a gente e confira!

Benefícios de manter o equilíbrio entre razão e emoção

O ser humano é o único que tem a capacidade de pensar antes de agir, não precisando contar somente com os instintos para tomar decisões. No entanto, ainda há momentos em que agimos apenas com a emoção. Isso é ruim? É bom? Depende da situação e dos seus objetivos. Por isso que a ideia é sempre trabalhar com o equilíbrio no momento de fazermos nossas escolhas.

Pensando no ato de comprar, ao conseguir essa harmonia entre razão e emoção, você passa a adquirir produtos e serviços de forma muito mais consciente, o que acaba trazendo vários benefícios para o seu dia a dia em curto, médio e longo prazos. Entre eles, podemos destacar:

  • Ter mais controle sobre as suas finanças, pois você sabe exatamente o que gastou;
  • Tornar-se um investidor, uma vez que, com tudo sob controle, pode até sobrar dinheiro para iniciar esse tipo de atividade;
  • Estar preparado para imprevistos, pois não houve gastos exagerados com supérfluos;
  • Ficar preparado para a aposentadoria;
  • Reduzir os riscos de cair nas tentações de um marketing agressivo;
  • Realizar sonhos planejados, já que o controle nas compras possibilita fazer mais planos com os mesmos recursos.

Essa é apenas uma pequena lista do que você pode conquistar ao manter o equilíbrio entre razão e emoção. Quanto mais você planejar e analisar os seus recursos de forma consciente, mais benefícios vai colher.

Você deve estar pensando que tudo isso é muito bonito, que vale a pena pensar a respeito, mas a pergunta é: como chegar a esse nível e realmente aproveitar as vantagens desse equilíbrio?

Como chegar ao equilíbrio

Sabemos que passar ileso com todo esse consumismo presente em nosso dia a dia é algo extremamente desafiador. Porém, nada é impossível, mesmo que aquele outdoor esteja brilhando para você ou a propaganda daquela loja não dê um minuto de sossego em suas redes sociais. A palavra-chave aqui é: objetivo.

Quando você traça um objetivo, é muito mais fácil dizer sim para algumas coisas e não para outras. Vamos pegar um exemplo simples: compras no supermercado. Se você decide fazer compras sem uma preparação prévia, pode acabar levando o que não precisa ou deixando para trás algo necessário. O ideal é sempre fazer uma lista e incluir tudo o que precisa, inclusive aqueles “mimos” que raramente são listados, como uma barra de chocolate, um iogurte ou um pacote de balas.

Se pensarmos bem, esses itens acabam sendo a nossa emoção falando. Porém, se você sabe que gosta de ter em docinho em casa ou algo para um café da manhã diferente, é importante se planejar para isso. Ao colocar esses produtos na lista, eles entram no seu planejamento e você consegue incluí-los na previsão de gastos.

O mesmo acontece na hora de comprar uma roupa ou calçado. O ideal é que você saiba o que quer e o quanto poderá gastar antes de sair de casa. Entrar numa loja sem saber pelo menos o tipo de peça que você precisa é um prato cheio para cair na lábia de um bom vendedor. Então, pense um pouco e tenha uma ideia geral das suas necessidades, algo como: “preciso de uma calça jeans e duas blusas para usar no trabalho e posso gastar até R$ 300”.

Isso significa que não vai dar para olhar mais as vitrines? É claro que não! Caso surja algo muito interessante, que você perceba que será bastante útil, não tem problema comprar. O essencial é pesar os prós e os contras, ou o que eu quero e o que eu preciso. Um exemplo clássico são os casacos de frio, pois eles duram muito, tendo um bom custo-benefício na maioria dos casos.

Pense com a gente: no fim de cada estação, as lojas fazem promoções e os preços podem chegar a menos da metade dos originais. Digamos que você não compra um casaco novo há cinco anos, precisa aposentar um dos três que já tem e está com uma viagem de negócios marcada para uma região fria. Pela metade do preço e sabendo que será usado com certeza, essa é uma compra bastante racional.

Normalmente, deixamos a emoção falar mais alto quando vemos a palavra “promoção”. Mesmo que um produto custe R$ 9,90, se você não precisa dele, não tem porque gastar esse dinheiro. Ao invés disso, pegue esse valor e coloque na poupança ou em outro investimento que você tenha. Só não gaste sem necessidade.

E depois de termos consciência da importância de fazer escolhas equilibradas, precisamos refletir sobre outro aspecto importante da vida financeira: a diferença entre desejo e necessidade.

A diferença entre desejo e necessidade

Para explicar essa diferença e como ela é importante no dia a dia de quem está tentando controlar suas finanças, vamos nos basear no Caderno de Educação Financeira do Banco Central do Brasil. Esse material foi lançado pelo BCB para ajudar os cidadãos a entenderem como lidar melhor com o dinheiro, evitando dívidas e aproveitando melhor os recursos que ganham com o seu trabalho.

Pode-se definir necessidade como tudo aquilo que precisamos, independentemente de nossos anseios. São coisas absolutamente indispensáveis para nossa vida. Já os desejos podem ser entendidos como tudo aquilo que queremos possuir ou desfrutar, sendo essas coisas necessárias ou não.

Vamos a um exemplo. Todo ser humano possui a necessidade de se alimentar. A alimentação é indispensável para a vida e independe da nossa vontade. Logo, alimentação é uma necessidade. Agora, caso você queira fazer sua alimentação em um restaurante de luxo desfrutando de pratos finos, isso é um desejo. Sim, você está satisfazendo sua necessidade de alimentação, mas a forma como almejou satisfazer tal necessidade foi um desejo.

Gerenciar nosso próprio dinheiro depende sempre de um pouco de técnica e de muito bom senso. Assim, do mesmo modo como vimos antes que nossas decisões devem ser baseadas tanto nas emoções quanto na razão, aqui também é preciso buscar o equilíbrio entre desejo e necessidade.

A princípio, nossos recursos financeiros devem satisfazer nossas necessidades. No entanto, nada impede que, na medida do possível, eles também possam atender nossos desejos. Os desejos não são ruins. Eles nos dão prazer e determinam aquilo que queremos para o nosso futuro.

O problema surge quando começamos a tratar os desejos como se fossem necessidades. Se isso acontece, acabamos nos colocando em uma situação de difícil controle, pois os desejos são ilimitados, mas os recursos financeiros não. Ao fazermos essa confusão, é impossível manter uma boa saúde financeira e podemos até dar início a um processo de endividamento excessivo.

Tenha sempre em mente que o dinheiro é um mero instrumento para atender suas necessidades e desejos e que, justamente por isso, deve ser bem administrado. Além disso, lembre-se do que falamos no início deste artigo, que a vida é feita de escolhas, inclusive financeiras.

É claro que você não vai deixar seus sonhos e projetos de lado, mas para colocá-los em prática é preciso planejamento e organização. Mas esse é um assunto para outro texto da nossa série sobre educação financeira. Por isso, não deixe de acompanhar nosso blog e compartilhar com amigos e familiares todo esse conhecimento que você está conquistando! E, na dúvida, você já sabe, é só deixar um comentário aqui embaixo.

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