Estilo de vida e endividamento

Manter o equilíbrio entre estilo de vida e endividamento depende muito mais de reflexão do que propriamente de fazer contas. Dizemos isso porque você não precisa de uma calculadora para saber, por exemplo, que o seu salário, que não passa dos R$ 2 mil, não pode assumir uma aluguel de R$ 1 mil e ainda pagar condomínio, energia elétrica, internet, supermercado e as saídas com os amigos, não é mesmo?

Calcular as receitas e as despesas entram na rotina quando entendemos que há limitações e que precisamos adaptar o nosso estilo de vida aos que ganhamos. E não o contrário, infelizmente. Por isso, no texto de hoje da nossa série de educação financeira vamos explicar melhor o que é ter um estilo de vida e o que significa estar endividado, mostrando a origem das dívidas, as consequências de dever em excesso e como se livrar desse problema.

Vamos lá?

Como equilibrar estilo de vida e endividamento

Podemos definir estilo de vida como o conjunto de comportamentos, hábitos e atitudes que você tem ou gostaria de ter para viver bem. Isso envolve tudo o que você faz na vida pessoal e profissional, como o que você faz no seu trabalho, como se relaciona com os colegas, o valor do seu salário, o local onde mora, a sua comida e bebida preferidas, se você é mais caseiro ou mais baladeiro, enfim, engloba tudo aquilo que está relacionado com a sua vida.

A maioria dessas coisas que fazem parte da sua vida custam dinheiro, certo? Então, buscar um equilíbrio entre estilo de vida e endividamento é algo necessário para que não se perca a qualidade tão desejada e nem se crie problemas com dívidas em excesso e inadimplência. Por isso, como já falamos aqui no blog, tenha sempre o seu orçamento pessoal planejado e evite o endividamento desnecessário.​​

Dívida: a diferença entre endividamento e inadimplência

Falar sobre dívida é algo bastante delicado para muitas pessoas. Porém, como estamos aqui para ajudá-lo a entender melhor a sua vida financeira e organizá-la adequadamente, vamos precisar entrar nesse assunto, não vai ter jeito. Para quebrar o gelo, saiba que praticamente todo mundo nessa vida tem uma dívida. Isso porque toda vez que consumimos algo e não pagamos naquele exato momento, estamos assumindo uma dívida, ou seja, ficamos endividados.

Se você mora de aluguel, por exemplo, você tem uma dívida. Aqui no Brasil, normalmente, é usado o modelo de usar primeiro e pagar depois. Então, você mora um mês primeiro e depois paga. Isso significa que, até quitar o boleto, o aluguel é uma dívida. O mesmo vale para a energia elétrica, a água, a internet, o telefone. Viu como ter uma dívida não é algo tão problemático assim?

O problema vai surgir se você não tiver o dinheiro para pagar a sua dívida, ficando, assim, inadimplente. Por isso, como já falamos aqui no blog, é fundamental controlar de perto as receitas e despesas, ficando atento para que o acúmulo de contas não leve ao descontrole do orçamento.

Para desmistificar o assunto, vamos nos aprofundar um pouco mais nele, mostrando de onde pode surgir uma dívida e as consequências do endividamento excessivo para o orçamento pessoal. Sobre como sair dessa situação, aqui neste artigo, daremos apenas uma pincelada, pois falaremos exclusivamente sobre como sair do vermelho um pouco mais à frente em nossa série de educação financeira. Vamos lá?

As origens das dívidas

Despesas sazonais – são aquelas que ocorrem em determinada época do ano, como IPTU, IPVA, Imposto de Renda e datas comemorativas (Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados, por exemplo), e que, normalmente, são “esquecidas” ao se fazer o orçamento pessoal. Se você está controlando todos os gastos certinho e entra uma despesa dessas, é possível que fure o planejamento, deixando você sem nenhuma reserva ou, pior, fazendo com que você fique inadimplente. Então, inclua no orçamento até os menores gastos.

Marketing sedutor – ao aliar suas técnicas à tecnologia, o marketing se tornou um grande impulsionador de compras não planejadas ou realizadas por impulso, o que pode provocar graves desequilíbrios no orçamento pessoal. Para evitar problemas, fique atento a algumas armadilhas, como ir atrás de um produto que você não precisa só porque ele está na promoção. Seja comprometido com o seu planejamento financeiro.

Orçamento deficitário – por mais que seja absurdo, especialmente por causa da situação econômica que vive o Brasil, ainda encontramos pessoas usufruindo de um padrão de vida acima do que sua renda pode bancar. Isso acontece, normalmente, devido ao crédito fácil, que facilita o excesso de compras e acaba comprometendo a situação financeira. Por isso, é fundamental colocar em prática o que aprendemos sobre a elaboração do orçamento, focando sempre em deixar uma sobra de receita.

Redução de receitas sem redução de despesas – parece óbvio que, ao ter menos ganhos, seja necessário também ter menos gastos, no entanto, há pessoas que não conseguem enxergar essa situação de forma clara e acabam se endividando de maneira excessiva. E isso é um problema. Portanto, se ocorrer a redução da renda é necessário fazer uma revisão do orçamento pessoal para uma adequação à nova realidade.

Despesas emergenciais – quando ensinamos a construir o orçamento pessoal, indicamos que era inteligente separar um dinheiro para emergências, evitando justamente o endividamento excessivo quando elas surgissem. Às vezes, é possível adiar um pouco esse gasto e juntar dinheiro, como no caso de um defeito no carro ou uma reforma em casa, mas há outras que é inevitável gastar, como em problemas de saúde. Então, seja precavido e sempre tenha uma reserva para situações urgentes.

Pouco conhecimento financeiro – o fato das pessoas não conhecerem como funcionam as questões financeiras é determinante para que acabam com dívidas em excesso. Não conhecer o impacto que o pagamento de juros pode causar no orçamento pessoal e não ler os contratos firmados são situações que contribuem para o processo de endividamento.

As consequências do endividamento excessivo

Como já falamos aqui no texto, ter dívidas é algo natural, pois dificilmente conseguimos pagar todas as nossas contas adiantadas ou fazer sempre compras à vista. O problema surge mesmo quando essas dívidas crescem muito e o cidadão se vê obrigado a fazer dívidas novas para quitar dívidas antigas. Além do transtorno financeiro, o endividamento excessivo pode gerar inconvenientes e desconfortos.

Se chegar ao ponto da dívida virar uma inadimplência, o indivíduo pode ter o seu nome inscrito em um ou mais cadastros de restrição de crédito, como o Serasa e o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). E não para por aí, pois se não for possível renegociar ou o devedor não se interessar em fazer uma acordo, pode-se chegar ao ponto da perda de patrimônio, de multas punitivas e até da tomada de medidas judiciais.

Isso tudo pode causar o comprometimento da qualidade de vida da própria pessoa e da família dela, muitas vezes desestruturando o núcleo familiar. Por isso, é preciso tomar os cuidados necessários para evitar o endividamento e, por consequência, os problemas que vêm com ele. No entanto, se você está no meio do problema, fique tranquilo, pois há sempre alternativas saudáveis para sair dele.

Como sair das dívidas

A boa notícia é que, se você quiser, é possível reverter uma situação de endividamento excessivo. Aqui neste artigo, vamos dar alguns caminhos que podem ser seguidos, pois o detalhamento de como sair do vermelho de uma vez por todas virá em um novo texto, um pouco mais à frente em nossa série de educação financeira.

O primeiro passo é tomar consciência da situação. Isso acontece quando você para de se enganar e assume que o seu controle financeiro não deu certo e que as dívidas estão maiores do que o previsto. A partir daí, é hora de mapear as dívidas, colocando no papel todos os valores, as datas de vencimentos, os juros que você está pagando, entre outras informações relevantes. Vendo tudo de forma clara, fica mais fácil buscar opções para sair do endividamento excessivo.

Daí em diante é hora de agir e procurar quem possa lhe ajudar. Conte com os amigos próximos, de preferência quem já tenha passado pela mesma situação ou, até mesmo, uma ajuda especializada como um contador. E, claro, não faça mais dívidas, guarde os cartões de crédito e débito e coloque na carteira somente o valor que você estipulou para usar nesse período de resolução de problemas.

Mais para frente vamos detalhar melhor as formas de sair da inadimplência, mas acreditamos que já dê para começar com o que falamos aqui. E você já sabe, para compartilhar seus sugestões, opiniões e histórias com a gente, é só deixar um comentário!

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