A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos leves, desde dezembro de 2008, resultou em um aumento de 13,4% das vendas internas no primeiro semestre deste ano. A medida contribuiu também para manter de 50 mil a 60 mil empregos no setor. As conclusões são da nota técnica Impactos da Redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de Automóveis, divulgada hoje (1º) pela Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo do Ipea lembra que os carros de 1.000 cilindradas, que tinham alíquota de 7% de IPI, ficaram isentos do imposto. Para os veículos entre 1.000 e 2.000 mil cilindradas, a redução foi de 13% para 6,5% (modelos a gasolina) e de 11% para 5,5% (modelos a álcool e flex).

O Ipea cita estimativa da Receita Federal, segundo a qual, com a redução do IPI na compra de carros novos, o país deixou de arrecadar R$ 1,817 bilhão. O estudo ressalta, porém, que a desoneração, ao elevar a venda de veículos, levou à arrecadação de mais RS$ 1,2 bilhão. Dessa maneira, se for descontado o impacto positivo da redução do IPI sobre outros tributos federais, o resultado seria de um custo da redução de alíquotas em R$ 559 milhões.

Segundo o diretor do Dimac, João Sicsú, a redução do IPI contribuiu para a produção total de 1,422 milhão de veículos no primeiro semestre, com a venda de 191 mil veículos atribuída à redução das alíquotas do imposto. Além disso, a desoneração contribuiu para manter de 50 mil a 60 mil empregos diretos e indiretos no setor no primeiro semestre.

“O saldo dessa operação de resgate da indústria automobilística foi extremamente positivo, na medida em que saímos daquele vale dos meses de novembro e dezembro e retomamos uma trajetória ascendente de produção, vendas e geração de empregos nesse segmento. O desemprego na indústria automobilística poderia ter sido muito maior, caso o governo não tivesse adotados as medidas de redução do IPI para os veículos.”

Sicsú afirmou que, ao reduzir o IPI dos veículos, o governo tomou uma medida correta, num momento em que havia ameaça de recessão profunda. Ele não quis, entretanto, fazer previsões para o restante do ano, já que o estudo não engloba esse período nem expectativas futuras.

“Não fizemos nenhum estudo nesse sentido. No entanto, a economia aponta para uma recuperação no segundo semestre mais vigorosa do que a que já está acontecendo”, finalizou.

Flávia Albuquerque – Agência Brasil

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