A Páscoa é um dos feriados mais doces do ano para o comércio. Ficando atrás apenas do Dia das Mães e do Natal, a terceira data mais lucrativa do ano ganha na venda de chocolates e na agitação que toma conta do setor nesta época.

Os brasileiros consomem, em média, 2,5 toneladas de chocolate em um ano. De acordo com uma pesquisa do Ibope, 75% dos brasileiros consumem o doce regularmente. É um número alto que cresce ainda mais na época deste feriado e o comércio tira proveito dessa tradição. O aumento médio das vendas é de 10%.

Com ovos de todos os tipos e tamanhos, as opções na hora de comprar são inúmeras e o valor também muda bastante dependendo do lugar onde o produto é comprado. Em São José dos Campos (SP), por exemplo, a variação alcança os 71,5% . Um mesmo ovo de chocolate ao leite de 250 gramas pode custar R$ 16,20 em um lugar e R$ 38,90 em outro.

Em 2015, as vendas devem ficar abaixo da média por conta da mudança no comportamento do consumidor em um cenário financeiro com risco de crise. Em uma pesquisa feita pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), 68% dos entrevistados afirmaram que planejavam gastar menos neste ano.

A Confederação Nacional de Comércio de Bens e Serviços (CNC) divulgou na quinta-feira, 2, um estudo que aponta para uma movimentação de R$ 2,6 bilhões no comércio. O número, apesar de estar acima das vendas no resto do ano, é 0,5% menor do que o registrado no ano passado.

A queda na procura impulsiona as grandes promoções de quando o feriado se aproxima e até nas semanas seguintes. No Rio de Janeiro, os descontos da Semana Santa já estavam na faixa dos 30% a 40%.

A época também ajuda a expandir os negócios para os alimentos sem leite ou outros produtos derivados de animais. As opções são muitas, sem lactose, sem glúten e veganas. A maior oferta dá a oportunidade às pessoas que têm esse tipo de restrição de aproveitarem a data e oferecer sabores diferenciados.

A indústria do chocolate no Brasil começa a se preparar para esta época um ano antes da data. Em setembro do ano passado, grandes empresas e fabricantes chocolates ofereciam cerca de 18 mil cargos com um salário médio de R$ 1,1 mil para a confecção dos ovos, vendas e setor de auxílio administrativo. O total de contratações de setembro a março chega a 26 mil incluindo o setor industrial e comércio.

Chocolate caseiro

A Páscoa é a oportunidade para os pequenos investidores que fazem chocolates e produtos caseiros venderem mais. Apesar do preço de um ovo artesanal ser normalmente mais caro que um ovo de uma grande marca, os consumidores tendem a valorizar muito mais, e esta época é propícia para esse tipo de negócio.

O gerente administrativo Bruno Fagundes está em fase de transição para se dedicar somente à venda de doces que ele mesmo faz em Curitiba (PR). Ele é microempreendedor individual e afirma que as vendas dos bolos e brigadeiros gourmet chegaram a dobrar em relação às outras épocas do ano.

Bruno aproveitou a onda da Páscoa inclusive para criar um bolo menor para presentear, o que deve impulsionar as vendas e estimular os clientes a voltarem para comprar outros produtos.

Feriadão de Páscoa movimenta a economia e vai muito além dos ovos de chocolate
Alguns peixes chegam a ficar 50% mais caros, na semana santa.

Peixe

Tradicionalmente, a Páscoa surgiu a partir de um feriado religioso, e a sexta-feira que antecede a data é conhecida pelos cristãos como Sexta-feira Santa, quando, segundo a tradição, não se come nenhum tipo de carne vermelha.

O Brasil, de maioria religiosa, aumenta consideravelmente o consumo de peixe nesta época. Há quem estenda este hábito ao almoço de domingo e também quem anteceda e deixe de comer carne ainda no início da quaresma, na quarta-feira de cinzas.

Em São Paulo, por exemplo, o aumento no preço do tradicional bacalhau foi de 40% no mercado municipal. A sardinha também subiu, uma elevação de 56% registrada.

Turismo

O feriado do fim de semana de Páscoa promove viagens que às vezes são adiantadas para a quinta-feira. Esse hábito estimula o turismo e os gastos fora de casa durante o feriadão. O Ministério do Turismo estima que, em 2015, cerca de 2,15 milhões de viagens internas sejam feitas na Semana Santa, o que deve gerar uma movimentação de R$ 3,68 bilhões no setor. O custo médio de uma viagem, que inclui deslocamento, alimentação e turismo, fica em R$ 1.712,87, segundo a pasta.

O impacto destes feriados no turismo é bastante positivo para a economia do país, já que impulsiona a indústria de automóveis, o setor aéreo, bares, restaurantes e hotelaria.

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