“Eu não sei como vai ser o enterro, às vezes o enterro ocorre lentamente. Hoje, por qualquer critério, economias como China, Brasil e Índia são economias importantes, que têm um efeito na economia mundial maior do que muitos outros que estão no G-8”. A declaração, do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, reforça um cenário no qual os países emergentes não podem mais ficar em segundo plano nas negociações mundiais. Amorim argumentou que o mundo está entrando em um período de ‘governança variável’, no qual “países como China, Brasil e Índia têm de estar em todos os temas”.

Para muitos analistas e governantes, os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) serão as novas potências econômicas já nas próximas décadas. O bloco possui, indiscutivelmente, grandes vantagens comparativas e competitivas. Ao todo, são aproximadamente três bilhões de pessoas que precisam de soluções para os principais problemas mundiais, como distribuição de renda, saúde e educação. O PIB em conjunto destes quatro países é de 21% dos US$ 64,9 trilhões produzidos mundialmente, o que totaliza um valor de U$$ 13,629 trilhões.

Assim, para a resolução de entraves e evolução social, serão necessários mais contatos econômicos, sociais, ambientais, comerciais, políticos, culturais e esportivos entre estes países, dando continuidade ao crescimento obtido entre 2004 a 2008 – que foi de 33,6% para o PIB Brasileiro, 62% para o PIB Russo, 13,14% para o PIB chinês e 14,02% para o PIB indiano. Convém destacar que os PIB chineses e indianos tiveram uma retração em 2008: -30,75% para a China e -28,66% para a Índia. Estas duas potências já mostram sinal de reação em relação à queda dos indicadores, consolidando ainda mais a força do BRIC frente à crise enfrentada hoje.

Amorim, disse em entrevista que: “Hoje tem o G8 + 5, que talvez se transforme no G8 + 6, de repente se transforma em G8 +12 e vira outro G20. O fato é que quando falamos G8 mais outros países, se fala de um grupo de países que são um núcleo e um grupo de países convidados. Eu acho que isso também é algo que tem de ser superado”. O G-20 “é um modelo melhor”, ainda que não tenha havido precisão quanto à natureza desse modelo: melhor em quê, ou para o quê, destaca o ministro.

O debate que está sendo lançado pelas declarações do ministro brasileiro é sobre: a morte anunciada do G8; sua eventual substituição pelo G20 e se o grupo cumpriria melhor funções hoje supostamente desempenhadas pelo G8.

Romero Albuquerque com edição de Henrique Puccini, fontes (http://www.g20.org/, http://www.g8.utoronto.ca, http://www.mre.gov.br)

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