Gastos do governo não são a causa da inflação, acredita Mantega
Mantega nega que os gastos públicos sejam o principal motivo da inflação. Prova disso, afirma, é o alcance da meta do superávit primário. Foto: Agência Brasil.

Ao declarar na noite de terça-feira, 6, em entrevista à TV Brasil, que não são os gastos públicos que estão pressionando a inflação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, justificou dizendo que a prova do controle das contas do governo é o alcance da meta do superávit primário – poupança usada para pagar os juros da dívida. O que o ministro esqueceu-se de lembrar, no entanto, é que o resultado dessa economia pública em 2013 foi o menor desde 2009.

Pelo menos Mantega não negou o uso de “ginástica”, como ele definiu, para alcançar a meta em 2012, o que ficou apelidado de “contabilidade criativa” pelo mercado. Naquele ano, para garantir a meta do superávit primário, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) comprou ações da Petrobras que estavam no Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), que concentra as aplicações do fundo soberano brasileiro, e as repassou ao Tesouro Nacional.

Se não são os gastos excessivos do governo, então o que estaria pressionando a inflação do país? Para Mantega, são os alimentos e as commodities, influenciados pelo clima e por fatores internacionais. Por isso o ministro disse ser contra um controle nos gastos, pois isso devastaria o país. De acordo com ele, a decisão do Brasil de aumentar os gastos, e não adotar uma política de austeridade, garantiu os empregos e os investimentos. Apesar disso, admitiu, se os gastos diminuem, a inflação também fica menos pressionada.

Meta da inflação. Mantega afirmou que gostaria de trabalhar com um centro da meta menor. Hoje esse valor é 4,5% com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. A ideia, embora ponderada pelo ministro como inviável por enquanto, foi atacada pela presidente Dilma Rousseff em jantar com mulheres jornalistas, também na noite de terça.

Para a presidente, “uma meta de inflação de 3% (…) significa desemprego lá pelos 8,2%”. E emendou: “Eu quero ver como mantém investimento social e investimento público em logística com esta meta. Não tem como fazer isso”.

Dilma deu essa declaração em uma indireta ao pré-candidato à presidência pelo PSB, Eduardo Campos. Ele também defende um centro da meta da inflação menor.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma usou boa parte do jantar para defender a política econômica de seu governo, assegurando que “a inflação está sob controle”, mas reconhecendo que “isso não quer dizer que está tudo bem”.

Com informações do portal G1 e do jornal O Estado de S. Paulo.

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