O governo federal discute os acertos finais de um pacote de medidas para estimular o setor privado a ampliar o nível de investimentos, sobretudo em infraestrutura. Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, as “microrreformas” são necessárias para que se crie, no país, um modelo de financiamento privado voluntário de longo prazo.

“Hoje, todo o financiamento de longo prazo está concentrado numa única instituição, que é o BNDES, e isso não é desejável, já que a escala de investimentos precisa subir muito e seria impossível a sustentação do atual modelo”, afirmou Coutinho, referindo-se à necessidade de que a atual taxa de investimento, de cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB), atinja pelo menos 23% nos próximos anos – sem que, para isso, o BNDES tenha que ampliar seu volume de empréstimos.

Segundo ele, o aumento da taxa de investimentos é necessário para permitir que a economia brasileira continue crescendo de forma sustentável.

“É imperioso que se desenvolva um modelo de financiamento privado voluntário e as microrreformas são necessárias para induzir, de maneira suave, tranquila, esse novo modelo”, disse Coutinho, sem detalhar que medidas estão sendo discutidas pela equipe econômica e os integrantes da equipe de transição que prepara o próximo governo. De acordo com ele, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, está de acordo com a necessidade de conceder estímulos ao crédito privado.

“Não há nenhuma medida pirotécnica, bombástica, ou qualquer atropelo à poupança. O que pretendemos é dar um tratamento amigável para que o setor privado possa emitir papéis de longo prazo com um tratamento tributário calibrado e regras tributárias mais favoráveis”, declarou Coutinho.

O presidente do BNDES explicou que a intenção do governo é que, com as novas condições, o sistema de financiamento privado leve três ou quatro anos para estar suficientemente “robusto” e passar a atender à crescente demanda por financiamentos de médio prazo.

“A ideia é criar um mercado de crédito e financiamento de maturidade média e prazos intermediários. É difícil imaginar que, já num primeiro momento, o mercado possa vir a suprir créditos de longuíssimo prazo, mas acredito que créditos de quatro a sete anos para os setores industrial e de serviços poderão sim vir a ser supridos pelo mercado”, disse Coutinho. Ele destacou que, embora as taxas de juros cobradas pelo setor privado inicialmente possam ser mais altas do que as do BNDES, a proposta do governo é que, “em médio prazo”, elas sejam convergentes.

Alex Rodrigues / Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade

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