Imprevistos financeiros

Geralmente, quem está com as finanças em dia e já entendeu a importância de se planejar, de fazer um orçamento e de guardar dinheiro não terá problemas quando surgir uma emergência. No entanto, sabemos que nem todo mundo consegue captar de primeira a importância desse planejamento. Por isso, hoje, vamos mostrar especificamente como se preparar para os imprevistos financeiros.

Para quem está acompanhando a nossa série sobre educação financeira, talvez o assunto fique um pouco repetitivo, pois já falamos sobre a necessidade de sempre separar um dinheiro, dentro do orçamento pessoal, para o caso de alguma urgência. Mas, mesmo assim, convidamos você a continuar a leitura, afinal, aprender sobre como cuidar do nosso dinheiro nunca é demais, não é mesmo?

O que são imprevistos financeiros?

Pode parecer bobo fazer essa pergunta, mas tem gente que não sabe diferenciar um imprevisto de uma falta de organização. Quando o seu carro quebra ou você sofre um acidente que lhe impede de trabalhar é um imprevisto. Ou seja, é uma situação que acontece quando menos se espera e pode causar um impacto inesperado nas finanças.

Quando a fatura do seu cartão extrapola o limite ou você esquece de pagar um boleto e tem que pagar multa e juros é falta de atenção e, porque não, um pouco de desleixo com o próprio dinheiro, concorda? E não pense que estamos puxando sua orelha, não é isso. Mas pense comigo: o quanto você precisa trabalhar para ganhar o seu salário ou o quanto seu negócio precisa vender para você conseguir ter um pró-labore digno?

Então, quando falamos que é preciso ter atenção, ser organizado, gastar dentro dos limites e comprar o que é necessário, não estamos tentando limitar o seu consumo. Queremos apenas que você tenha uma vida tranquila.

Quatro dicas para lidar com os imprevistos financeiros

Entendido o significado de imprevisto financeiro, é hora de vermos como se preparar para lidar com eles, tanto no sentido de evitá-los como de resolvê-los quando surgirem. Para facilitar, separamos quatro dicas para você. Confira!

1 – Crie uma reserva de emergência para os imprevistos

Como já falamos aqui no blog algumas vezes, a melhor forma de lidar com emergências é ter uma reserva para isso. Por essa razão, é fundamental criar um fundo para os gastos inesperados. Os especialistas em economia dizem que o ideal é termos, pelo menos, o valor que representa a soma de seis salários. Dessa forma, é possível se manter de maneira estável caso perca o emprego, por exemplo.

Mas calma, sabemos bem que não é de uma hora para outra que se junta seis meses de salário. No entanto, pode ser um boa meta de médio prazo, você não acha? Porém, não pense nesse grande valor agora. Comece analisando despesas que já atrapalharam seus planos, como um problema no carro, um reparo em casa ou uma doença que precisou de remédios caros.

Você não precisaria de seis meses de salário para cobrir esses imprevistos, mas com certeza, se tivesse uma reserva conseguiria resolver com mais tranquilidade, sem ter que apelar para parcelamentos, cartão de crédito ou, o que é pior, cheque especial ou empréstimo. Então, puxe pela memória e coloque no papel o que poderia ser um imprevisto na sua rotina financeira.

Digamos que no último mês seu carro deu problema e você precisou desembolsar R$ 300. Também precisou trocar o chuveiro, o ralo e o sifão da pia do banheiro a um custo de R$ 200 (peças e mão de obra). Você teve R$ 500 de gastos que não estavam previstos. o que acabou desequilibrando suas contas. Pegando esse histórico, você poderia dividir o valor por cinco, por exemplo, e economizar R$ 100 por mês. Não ficaria pesado e, em caso de problema, você estaria melhor preparado.

2 – Não confunda os imprevistos com outras reservas

Seguindo o que falávamos no tópico anterior, o ideal é guardar uma determinada quantia todos os meses para os imprevistos financeiros. Porém, não estamos falando do dinheiro que sobrar depois que você pagar todas as contas. Lembra das receitas e despesas? Então, o correto é colocar esse valor como despesa no seu orçamento. Assim, fica estabelecido que ele sempre será “pago” junto com os demais gastos.

O mais importante aqui é você ter claro que esse valor só será usado em caso de imprevisto mesmo. Isso não significa usá-lo quando o dinheiro do mês acabar, quando surgir aquele happy hour com os amigos que não estava programado ou uma promoção “imperdível”, certo?

Outra questão aqui é não confundir esse dinheiro com aquele que você está guardando para um projeto particular, como a compra de um carro ou a realização de uma viagem. São duas coisas diferentes e, por isso, devem ser contadas separadamente. Você até pode guardar tudo na mesma conta poupança, por exemplo, mas no seu orçamento, eles devem estar em categorias diferentes.

O melhor de ter esse dinheiro para imprevistos financeiros é que, no final das contas, ele fará parte do seu saldo positivo e pode ser o pontapé inicial para aquela economia de seis salários, que falamos antes. Digamos que você estabeleça que sempre terá R$ 500 reais para cobrir problemas emergenciais. O que extrapolar esse valor, pode ir direto para a reserva maior.

De novo, pode ficar tudo na mesma conta, só é preciso ter o controle de qual valor corresponde a cada item. Se ficar mais fácil, pode separar também. Mantenha, por exemplo, o dinheiro para imprevistos financeiros em casa, o do projeto pessoal em uma poupança e a reserva maior em um investimento ― ainda falaremos bastante sobre ele em nossa série, fique tranquilo!

3 – Use o cartão de crédito com inteligência

Muitas pessoas acham que o cartão de crédito é o inimigo número um de quem quer economizar. Mas não é bem assim. Quando usado com sabedoria, ele pode ser um grande aliado da sua vida financeira. Para quem consegue ter controle sobre os gastos, uma boa alternativa é concentrá-los no dinheiro de plástico.

Por um lado, você consegue estipular um teto máximo de gastos para o mês levando em conta o seu limite e pode acompanhar a fatura constantemente por meio do internet banking ou do aplicativo do banco. Assim, quando chegar perto de atingir o limite, é possível dar uma freada nos gastos. Por outro, fica mais fácil saber quais são as despesas e em que categoria do orçamento se enquadram, pois estarão todas no mesmo lugar.

Além disso, comprar com cartão de crédito pode gerar benefícios como acúmulo de milhas, pontos e até serviços gratuitos, como seguro-viagem, por exemplo.

Só não esqueça que é muito importante sempre pagar a fatura de forma integral e fugir do pagamento mínimo e do crédito rotativo, pois eles cobram juros altíssimos ― na verdade, são os maiores do mercado, superando qualquer tipo de empréstimo, por exemplo. Por isso, quem não consegue se controlar, deve abolir o uso do cartão de crédito, assim, não corre o risco de se enrolar e acabar atolado em dívidas.

4 – Invista em plano de saúde e seguros

Há momentos na vida em que passamos por situações complicadas financeira e emocionalmente, como a perda do emprego ou uma doença. Para se preparar para episódios como estes e preservar o seu futuro financeiro é importante analisar a possibilidade de contratar um seguro e um plano de saúde. Esses dois produtos exigem um investimento mensal e podem diminuir um pouco o seu poder de compra, mas, em contrapartida, oferecem a segurança da estabilidade financeira.

O plano de saúde é a garantia de que você terá assistência para qualquer problema, desde uma gripe até doenças mais graves, como uma cardiopatia ou um câncer. Além de possibilitar que você faça as consultas de rotina, como no ginecologista para as mulheres e no andrologista para os homens.

Lembre-se que qualquer consulta médica, mesmo que com um clínico geral, não sai por menos de R$ 100. Com especialistas, pode passar dos R$ 500. Se houver a necessidade de exames, a conta pode subir ainda mais. E se for preciso um tratamento contínuo, como fisioterapia ou sessões com psicólogo, o valor pode ultrapassar os R$ 1.000 facilmente.

Então, pesquise os planos disponíveis na sua região e veja aquele que oferece a cobertura mais completa possível. Dessa forma, independentemente da doença que surgir, você não corre o risco de gastar as suas reservas e nem de desequilibrar seu orçamento.

Investir em um seguro também pode ser uma boa saída para evitar imprevistos financeiros. Estamos bastante acostumados a falar no seguro do carro, que evita o desembolso de uma quantia muito grande em caso de problemas, como um acidente ou roubo do veículo. Mas também podemos fazer um seguro de vida ou para a nossa casa.

No seguro de vida, além da quantia paga no caso de morte, ele também pode oferecer coberturas adicionais, como o pagamento de diárias por incapacidade temporária e a cobertura por doenças graves, que pagam benefícios ao segurado ainda em vida. Para a casa, o seguro pode cobrir desde roubos até a ocorrência de desastres naturais, como vendavais e enchentes.

Assim como no plano de saúde, há muitas opções no mercado de seguros de vida e de residência, com os mais diversos benefícios. O importante é pesquisar e colocar na balança o que é mais vantajoso para você.

Esperamos que essas quatro dicas sejam úteis para o seu dia a dia e ajudem você a se organizar para enfrentar os imprevistos financeiros sem desequilibrar as suas finanças. Se você já colocou em prática alguma delas, compartilhe com a gente a sua experiência deixando um depoimento nos comentários. E, claro, se surgir alguma dúvida, estamos à disposição para auxiliá-lo.

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