rotativo

Com mais de 442 milhões de cartões de crédito ou de redes/lojas em circulação no mercado até julho de 2012, conforme dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), este item que até pouco tempo era restrito e luxuoso, é hoje também o maior responsável pelo endividamento da família brasileira. A maior parte da população está aprendendo a usar o plástico como meio de pagamento e isso aparece com o seu crescimento nas carteiras de todos os perfis, do jovem ao aposentado, sendo pelo menos 2 cartões por pessoa no Brasil. E, com essa demanda, surge também um novo cenário nas contas do dia a dia: 73,2% dos endividados no Brasil têm débitos no cartão de crédito, conforme dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio), de agosto.

Mas e o que ocasiona a dívida? Alguns dos principais itens são as taxas de juros e falta de conscientização das boas práticas no uso do recurso de pagamento. A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) estima, por exemplo, que os juros do rotativo do cartão de crédito podem chegar a 238% ao ano. Uma dívida de somente R$1,00, com uma taxa de 14% (média do mercado), mantida por seis anos chega a R$12,5 mil.

Cartões são oferecidos por diversas instituições em diversas modalidades

Anuidade, permitida pelo Banco Central, pode ser evitada

Vantagens e desvantagens do cartão de crédito

Além dos juros altos, as facilidades dos cartões de crédito motivam as pessoas a comprar por impulso. Pela facilidade de compra imediata, muitos esquecem que essa modalidade de pagamento nada mais é que o registro da intenção de pagamento, que deverá ser honrado dias depois, no vencimento da fatura. Quando não têm condições de pagar o total gasto, clientes recorrem ao mínimo, ao parcelamento ou ao pagamento de um valor intermediário entre o mínimo e o total. Nestes três casos há incidência dos maiores juros do mercado sobre o valor remanescente.

Na segunda quinzena de setembro alguns bancos iniciaram um movimento de redução dos juros do crédito rotativo do cartão. Ainda assim, não são todos os modelos de cartão que contam com esses descontos e a maioria dos bancos continua mantendo juros altos. Um dos maiores bancos privados do país, o Bradesco, começou o processo e já reduziu a taxa de 14,9% para 6,9% ao mês. Porém, mesmo com a redução, os juros do crédito rotativo continuam sendo um dos mais altos do mercado e todos precisam conferir nas faturas o valor cobrado pelas instituições.

Segundo o economista do portal O Economista, Celso Ricardo Salazar Valentim, o cartão de crédito nem sempre é um vilão. “É um facilitador de compras, além de garantir mais segurança e conforto em muitas transações, sem que seja necessário levar dinheiro em espécie para todos os ambientes.  Porém, mais do que a comodidade, vale reforçar que ele permite que você compre algo hoje sem efetivamente ter o dinheiro na hora, mas o gasto deve ser planejado e o orçamento comportar o investimento”. Para Valentim, assim, o cartão será um aliado e cumprirá bem a função de crédito.

Criado em 1920, em Nova York, para uso em restaurantes, hotéis e postos de gasolina da cidade, eram oferecidos aos clientes mais fiéis e dispensavam, como hoje, o uso de dinheiro ou cheque. Vendo que estavam perdendo o controle de mercado para esses estabelecimentos e essa prática de pagamento, por volta de 1951 as instituições financeiras dos EUA começaram a produzir seus próprios cartões. No Brasil, essa nova forma de pagamento chegou em 1956. Mas só nos anos 1990, com a criação do plano Real, ele foi se popularizando, já que, até então, era uma ferramenta elitizada.

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