Kodak e Nokia: Como aprender com os erros dos outros?
Nokia 1100: modelo vendeu mais de 250 milhões de unidades no ano 2003. Outrora líder de mercado, hoje a Nokia pertence à Microsoft e não apresenta risco aos concorrentes. Foto: Divulgação.

Os jornais anunciam a compra da divisão de smartphones da Nokia pela Microsoft por 7,2 bilhões de dólares. A outrora líder de mercado de celulares é vendida a preço de sucata em 2013.

Alguns números são importantes para mostrar o que a Nokia foi para o mundo dos celulares:

– Teve 14 anos de domínio soberano de mercado de celulares no mundo todo,

– Em 1996 lançou o primeiro smartphone no mundo, saindo na frente de todas as suas concorrentes,

– Em 2003 vendeu mais de 250 milhões de unidades do seu celebre modelo 1100,

– Em 2007 respondia por quase 50% desse mercado,

– Em 2000, época dourada da empresa a sua ação chegou a valer 65 Euros.

Pois bem, como a economia explica muito bem na teoria de ciclos, a Nokia teve seu fim.

Perdeu o mercado, de 50% foi para 3%; as ações da empresa desabaram, de 65 Euros em 2000 para 4,1 Euros em 2013. Demitiu mais de 40 mil funcionários no mundo e, atualmente, não configura nenhuma ameaça para as empresas líderes que fabricam smartphones (Samsung e Apple).

Explicar a “morte” de uma gigante como a Nokia é também entender o que acontece no mundo dos negócios. Dificilmente, uma empresa será líder por sempre, menos ainda num mercado de alta tecnologia com doses de competitividade elevados.

Aconteceu com a Ford, Adidas, Kodak etc.

Se tivermos que comparar mais de perto esse caso com outro, a história da Kodak se encaixa de forma plena.

A Kodak massificou a fotografia no mundo todo. O seu negócio era vender filmes de revelação. Cresceu significativamente no século XX e se tornou referência e , até, sinônimo de fotografia.

Porém, analisando essa evolução, uma pergunta pertinente, inclusive que faço nas minhas aulas de Pós-graduação de economia é, como um empresa que inventa uma máquina revolucionária, como foi a máquina fotográfica digital, não a usa para aumentar seu faturamento?

A resposta é que a Kodak não quis, na época (1975), mudar seu modelo de negócios. O foco da empresa eram os filmes de revelação.

Eles acreditavam que as pessoas queriam mostrar, tocar e apreciar fisicamente as fotografias tiradas.

Que aposta ruim!

Obviamente, ainda não se tinha dimensão do que seria a internet e a possibilidade de compartilhar momentos digitalmente.

Hoje poucas pessoas revelam suas fotos. Se tivermos que revelar todas as fotos que tirarmos, quem sabe a Kodak não saísse da concordata que pediu faz pouco tempo?

Como não revelamos as fotos que tiramos, as despejamos na internet (redes sociais, albuns virtuais, e-mails etc.).

O que deu errado?

O auge e declínio da Kodak são parecidos com o da Nokia. Ambas empresas deixaram as concorrentes tomar conta dos seus negócios. Custos de oportunidades, decisões erradas, caminhos incertos adotados e, principalmente, o sentimento de ter a liderança perpetua.

O meu lema é sempre aprender com os erros, mas dos outros.

Estão aí dois belos exemplos!

* Este texto foi originalmente publicado no blog do economista e professor Hugo Eduardo Meza Pinto.

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