Com o passar do tempo, certas profissões e carreiras ganham e perdem destaque. Movimentam setores inteiros da economia e alteram demandas de mercado. Tal movimentação está diretamente ligada a pelo menos três grandes fatores: evolução das tecnologias, mudanças de comportamento coletivo e situação financeira dos países ou estados.

Quando se pensa em profissões que se extinguiram, logo vem à cabeça ocupações como a dos antigos leiteiros, coletores de impostos, datilógrafos e telefonistas. Mas sem precisar ir muito ao passado dá para perceber certas ocupações mais próximas que deixaram ou estão deixando de existir naturalmente.

Mercado de trabalho é termômetro para as movimentações da sociedade
Inúmeras mudanças na tecnologia causam adaptações constantes na própria indústria

Tecnologia e comportamento

Por meio da automatização de certos processos e a eliminação de posições intermediárias entre clientes e empresas ou empresas e fornecedores, certos trabalhos começaram a ficar redundantes.

Um exemplo prático é pensar em qual serviço bancário se usa com mais frequência hoje em dia. O caixa eletrônico ou o guichê de atendimento? A população, com o passar das gerações, está cada vez mais acostumada ao uso destes serviços automatizados.

A internet comercial no país existe há duas décadas, o costume com a tecnologia para a resolução de problemas já não é mais tão difícil. No último dia 15 de abril, a Federação Brasileira dos Bancos divulgou um levantamento sobre as operações financeiras de 2014 e, no ano passado, 52% das transações foram feitas por web ou celular.

Isso sem contar outras profissões como cobradores de ônibus, telefonistas e outras ocupações que foram totalmente substituídas por processos automatizados ou evoluíram.

A tecnologia alterava os modelos de trabalho já no fim do século 19, com a revolução industrial. Não só a evasão do meio rural foi acelerada e a agricultura sofreu uma queda, como funções antes nunca vistas foram criadas, como os operadores e operadoras de máquinas de linha de produção. E a evolução se mostrou contínua até os dias de hoje, quando esse tipo de emprego dá lugar a grandes sistemas de produção que trazem mais segurança, agilidade e eficiência às mais diversas linhas do setor industrial.

O site norte-americano CareerCast fez um levantamento das dez profissões que mais correm o risco de serem extintas, pelo menos no modelo como elas existem hoje em dia. Como base, além dos dados da classificação e contratação dos empregados do site, foram utilizadas estatísticas da U.S. Bureau of Labor Statistics, um instituto de pesquisa voltado para o emprego.

As dez profissões que mais sofreram queda de procura e contratação no ano passado foram: trabalhador do campo, leitor de medidores, repórter de jornal, agente de viagens, lenhador, comissário de bordo, operador de furadeira industrial, operador de impressora ou trabalhador de gráfica e coletores de impostos.

Além da mudança trazida pela tecnologia e pela globalização, com o fim de trabalhos como operadores de máquinas específicas e análise local de medidores, é possível perceber um padrão de mudança de comportamento.

Mercado de trabalho é termômetro para as movimentações da sociedadeMundo globalizado

A internet trouxe uma democratização mundial no que diz respeito a acesso a conteúdos antes exclusivamente pagos, o que leva a uma independência e uma segurança maior de quem usa a rede regularmente. Nunca foi tão comum viajar sendo o próprio guia e comprando passagens mais baratas por conta própria. A evolução da mídia também virou de cabeça para baixo o mundo do jornalismo e do marketing.

Se, por um lado, as pessoas não precisam mais esperar o dia seguinte para se informar através do jornal de papel, o que causou uma diminuição nas equipes dos veículos, por outro, a imprensa livre proposta pela internet faz com que as empresas invistam em comunicação própria, criando cargos específicos para quem tem formação na área, investindo em setores importantes como as mídias sociais.

Adaptação

Muito além dos empregos perdidos no tempo, é possível perceber ocupações cujo conhecimento não foi desperdiçado e, por isso, não deixaram de existir. Seja qual for o motivo, algumas delas modificaram seus objetivos e maneiras de agir.

No setor industrial, por exemplo, são cada vez mais comuns cargos de analistas e supervisores. A engenharia elétrica e mecânica voltada para a manutenção sempre se faz necessária e especialistas em tecnologia da informação são essenciais para a informática mundialmente.

Até mesmo resquícios das antigas telefonistas podem ser vistas nos empregos de operador de telefonia. Mas não é só a tecnologia que impulsiona essas evoluções. Com o desenvolvimento do emprego, principalmente nos países emergentes, podemos perceber um padrão de regulamentação de atividades antes informais.

A PEC das domésticas foi tema de discussões no ano retrasado por trazer à categoria direitos trabalhistas básicos, como remuneração por jornada de trabalho, décimo terceiro salário, férias.

Nos países mais desenvolvidos, porém, esse tipo de emprego é visto de maneira totalmente diferente. Em vez de uma ocupação destinada às classes sociais mais baixas como C e D, os trabalhadores domésticos são profissionais escassos e valorizados.

Como em alguns dos países mais ricos do mundo o índice de desigualdade social é bem menos acentuado, a mão de obra para quem escolhe trabalhar nesse tipo de ocupação é bem menor. Empresas especializadas atendem, em sua absoluta maioria, pessoas de classe média alta ou empresas que terceirizam esse tipo de serviço.

Com a diminuição do analfabetismo, o maior acesso das classes mais pobres à formação escolar e ao desenvolvimento individual, também passam a sumir empregos como o dos pedreiros autônomos. Esse tipo de profissional, hoje em dia, é encontrado na indústria da construção civil e costuma ganhar salários e benefícios. O fato de muita gente torcer o nariz pelo encarecimento desses serviços é apenas um sintoma do desenvolvimento do país e das transformações no mercado de trabalho.

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