A Revista Forbes disse que o Neymar, maior jogador vigente do futebol brasileiro, está conduzindo de forma errada (suicida) sua vida financeira. Pelos cálculos da reportagem, se continuar assim, o craque acabará com problemas financeiros como Tyson, Romário etc.

As reportagens mostram um pouco desse desmando financeiro:

“Nos últimos tempos, ele adquiriu um tríplex de R$ 1,5 milhão e uma mansão de R$ 4 milhões no litoral de São Paulo, além de um flat de R$ 300 mil na capital e um Porshe que custaria pelo menos R$ 800 mil. Isso sem contar as despesas com o filho Davi Lucca, que acabou de completar um ano: R$ 30 mil mensais de pensão, além de uma casa para a mãe do garoto no valor de R$ 2 milhões em Santos”.

Na realidade o problema não é só do Neymar e sim de todos os consumidores brasileiros que, nesses últimos tempos, com a farra do crédito fácil, acabaram se endividando de forma desenfreada  O percentual de endividados no Brasil já chegou a ser de 59% das famílias. Hoje está em torno de 42%, número ainda elevado.

A pior constatação desse quadro é ver que a vida das pessoas, por conta dessas dívidas, não melhorou. Quem melhorou seus resultados foi o setor financeiro que, aproveitando-se dessa farra de crédito fácil + desconhecimento básico de finanças pessoais da população, vendeu produtos por cima de qualquer parâmetro básico de preços.

Quando um cidadão entra numa loja de departamento atrás de uma TV e ele financia em 36 vezes, ele não está comprando a TV e sim o financiamento. Essas lojas não vendem nem TV, nem Rádios, nem Computadores etc. Vendem JUROS.

Um grande desafio é ir numa loja dessas e pedir para o vendedor fazer a venda à vista. Aposto que sai de lá sem a TV se não financiar.

O problema é cultural? Brasileiro gosta de carnê?

Tenho minhas dúvidas. O que nós precisamos sim é ter noções de finanças pessoais. Saber administrar o dinheiro suado que se ganha. Parar de cair em armadilhas financeiras que oferecem o céu e a terra e te deixam no inferno dos endividados.

Grande parte dessa responsabilidade começa em casa. Os pais devem dar o exemplo de como gastar e alocar os recursos desde cedo aos filhos. A escola é o segundo lugar onde deve-se aprender noções básicas de como calcular juros, saber o verdadeiro valor da moeda no tempo e, depois, o comércio deve jogar mais limpo em relação aos juros embutidos.

Nada contra as vendas, a economia tem que aquecer, mas não às custas de sofrimento da população endividada.

Antes de julgar o Neymar, observe o seu grau de endividamento. Quem sabe, proporcionalmente, você está mais complicado do que ele.

* Hugo Eduardo Meza Pinto é economista, doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e professor das Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba. Mais artigos e materiais do economista, podem ser lidos no seu blog.

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