Em feriados prolongados, como os dois que tivemos recentemente, é natural que muitas pessoas comecem a se movimentar para viajar, seja para a praia, casa de familiares ou outros destinos turísticos. Nessa hora, se planejar é fundamental para tentar deixar a viagem mais barata possível. Nessa conta, um dos principais itens a ser observado é o transporte, devido às diversas variáveis de preços.

O avião, com a popularização impulsionada pela ascensão de parte da população à classe média, passou a ser o meio de transporte mais utilizado em viagens. Essa realidade não deve mudar tão cedo, mas a pesquisa Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, realizada pelo Ministério do Turismo, mostrou que o desejo de viajar de ônibus atingiu o maior índice dos últimos cinco anos, com 14% da preferência dos entrevistados em setembro.

Na comparação com setembro de 2010, quando 8% das pessoas preferiam o ônibus, o aumento é de 75%. A cidade de Salvador foi a que registrou a maior alta, com 21,7% de intenção de viagem entre os moradores da capital baiana.

Na comparação desses números entre as faixas de renda, a que apresentou maior crescimento na escolha pelo ônibus foi a das pessoas que possuem renda de até R$ 2.100, que saltou de 21,5% em setembro de 2010 para 34,3% em 2015. Depois, vem a faixa de

R$ 2.100 e R$ 4.800, que passou de 7,5% para 15,6%. Na parcela de renda R$ 4,800 a R$ 9,600, a mudança foi de 2,4% para 6,5%. Entre os que ganham mais de R$ 9,600, houve ligeira queda de 0,3%, passando de 1,3% para 1%.

Na avaliação do diretor do departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes, o ônibus tem sido a escolha tanto de quem viaja curtas distâncias quanto no caso de quem faz viagens mais longas, motivados principalmente pelo alto preço das passagens aéreas.

Em setembro, os preços das passagens aéreas tiveram aumento de 23,17%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somente este item contribuiu com 0,07% da inflação registrada no período, que foi de 0,39%.

A distância do aeroporto para algumas cidades é um fator que pesa na escolha do viajante pelo ônibus, principalmente os municípios menores, que costumam contar apenas com uma rodoviária.

Mas há potencial para aumentar o número de rotas aéreas no Brasil. De acordo com a pesquisa O Brasil que Voa – Perfil dos Passageiros, Aeroportos e Rotas do Brasil, 252 cidades brasileiras possuem demanda para ocupar entre 50% e 85% dos assentos das aeronaves. As três rotas aéreas mais desejadas são os trechos Rio de Janeiro (RJ) – Vila Velha (ES), seguido por Blumenau (SC) – São Paulo (SP) e Campo Grande (MS) – Rio de Janeiro (RJ).

No Brasil, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, a Agência Nacional de Aviação Civil, existem 2.218 aeroportos e aeródromos registrados, mas parte deles não recebe aviões de grande porte.

A criação dessas novas rotas poderia ser uma alternativa para mudar o panorama da pesquisa Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, que registrou queda na intenção de viajar de avião na comparação entre setembro de 2015 e o mesmo período de 2014, passando de 58,3% para 51,8%.

Viajar pelo Brasil é a primeira opção da maioria dos turistas

Em meio a esse cenário de ligeiro aumento na intenção de viajar de ônibus e com a alta do dólar, os destinos nacionais também ganham força na preferência. Ainda de acordo com a pesquisa Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, dos entrevistados que pretendem viajar nos próximos seis meses, 77,6% devem optar por opções internas. A região que está no topo da preferência é a nordeste, com 39%, seguida da sudeste, com 30%, e sul, com 21%. O norte é preferido por 5,3% e o centro-oeste por 4,5%.

As cidades de Porto Seguro, Fortaleza, Maceió, Natal, Salvador, João Pessoa e Recife estão entre os destinos mais procurados pelos viajantes, de acordo com a maior agência de viagem do Brasil. Segundo a empresa, o aumento nas vendas de pacotes nacionais passou de 60% para 65% no primeiro semestre deste ano. E as reservas aumentaram em 12,1% no mesmo período.

Nas compras pela internet, a procura por pacotes nacionais aumentou 45%; já as internacionais caíram 18%, segundo a agência de viagens online que mais comercializa hospedagens pela internet no Brasil, com mais de nove milhões de diárias vendidas desde que começou a operar, em 2011.

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