A mudança nas regras da caderneta de poupança, pretendida pelo governo, deve virar a bandeira dos partidos de oposição no próximos dias. As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feitas em Nova Iorque, no mês de março, e a falta de definição sobre o que realmente vai mudar têm irritado os deputados e senadores do PSDB, do DEM e do PPS, que lançaram nota conjunta hoje (7) criticando a atitude do governo.

“O que nos une é a inépcia e a falta de responsabilidade do governo, que está enrolando a população e não quer mostrar a opção que fez. Ele está se esquivando de mostrar as mudanças que quer fazer na poupança”, disse o deputado Luiz Paulo Veloso Lucas (PSDB-ES), um dos autores da nota. “ Isso gera incerteza sobre a população e isso não é bom”, destacou Velozo Lucas.

Os partidos de oposição querem a manutenção da atual estrutura da poupança, composta pela Taxa Referencial de Juros (TR), mais 6% de juros ao ano, isenta do pagamento de impostos. A oposição alega que mexer na poupança significa “penalizar duplamente o trabalhador com o desemprego causado pela crise econômica e com o risco de ver suas economias corroídas”.

A nota ressalta que o governo tem outros mecanismos fiscais e financeiros, que podem ser usados para a redução das taxas de juros no Brasil sem afetar a poupança.

“A oposição cumpre o seu dever de alertar o país para os erros do governo. Não pode ficar calada justamente no momento em que ele, por omissão e incompetência, ataca um dos mais caros patrimônios nacionais. O PSDB, o DEM e o PPS esperam que o governo federal não traia a confiança de milhões de brasileiros e mantenha uma política responsável, que preserve a integridade da caderneta de poupança”, diz a nota divulgada hoje.

No início da semana o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as regras ainda não estavam definidas, mas garantiu que os investidores não terão qualquer prejuízo com as mudanças nas regras da caderneta de poupança.

Agência Brasil / Luciana Lima