O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Alberto Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira (10) que o Banco PanAmericano está devidamente recuperado com o aporte de R$ 2,5 bilhões, realizado terça-feira (9), e “segue vida normal”. Segundo Hoffmann, não há evidência de novos casos de irregularidades em outros bancos, como tem sido ventilado no mercado financeiro.

Alvir Alberto Hoffmann comentou o caso na tarde desta quarta-feira, em entrevista coletiva.

De acordo com Hoffmann, o que houve foi uma “inconsistência contábil” nas demonstrações financeiras de junho, constatada em supervisão rotineira feita no final de julho. Tal inconsistência, confirmada no final de setembro, pode ter sido motivada por uma venda de carteira de crédito não baixada, explicou.

O diretor do Banco Central disse também que ainda não existe certeza sobre o quê provocou a irregularidade, nem o BC tem condições de identificar os responsáveis pelo desequilíbrio patrimonial. “Só teremos essas certezas mais à frente, com o desenrolar das investigações. Podemos afirmar, porém, que os acionistas e depositantes não perdem nada. O único que perde é o dono do banco [grupo Sílvio Santos]”.

Antes de Hoffmann dar entrevista coletiva sobre a situação do PanAmericano, o BC divulgou nota informando que a inconsistência nos registros contábeis da instituição fora detectada em supervisão de rotina no sistema financeiro e que,  logo em seguida, comunicou o fato ao grupo controlador para que este adotasse imediatamente as providências necessárias.

De acordo com o BC, o objetivo era a regularização da situação patrimonial do banco. O grupo Sílvio Santos, então, solicitou prazo para a solução financeira do aporte de capital e, no último dia 3, apresentou a proposta de recomposição patrimonial, anunciada ontem (9) pelo banco em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Para sanar o problema, o Banco PanAmericano fez um depósito de R$ 2,5 bilhões no BC, com  recursos obtidos de uma operação de crédito com aval do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) – entidade de direito privado, que tem por objetivo oferecer mecanismos de proteção a depositantes e outros credores de instituições financeiras.

A nota do BC esclarece que, por se tratar de restabelecimento de equilíbrio patrimonial, a participação acionária da Caixa Econômica Federal e dos demais acionistas minoritários não foi alterada. Diz também que “a operação financeira, de caráter privado”, visou tão somente à garantia dos depositantes e acionistas, bem como a liquidez do sistema financeiro.

O BC ressalta ainda que está tomando todas as providências para investigação dos fatos e apuração de responsabilidades, na condição de supervisor do sistema financeiro, e os resultados serão comunicados às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis, inclusive no que diz respeito ao sigilo legal incidente na espécie.

Stênio Ribeiro / Agência Brasil
Edição: Nádia Franco

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