Apesar de estarem em queda, os preços das commodities [bens primários com cotação internacional] não voltarão aos níveis anteriores à alta dos alimentos e dos minérios, disse ontem (9) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, mesmo com a retração dos últimos meses, a demanda continuará maior do que nos anos anteriores.

“Na volta desse movimento [de alta das commodities], ainda permanecerá uma demanda mais elevada do que aquela que havia no passado. Acredito que haverá uma retração dos preços, mas não que volte aos patamares de antes do início do ciclo”, afirmou Mantega durante seminário de comemoração aos 200 anos do Ministério da Fazenda em Brasília.

Para o ministro, a queda no preço dos minérios e dos alimentos tem sido, em grande parte, responsável pelo desempenho negativo da Bolsa de Valores de São Paulo. “A bolsa é formada por muitas empresas de commodities e é natural que as empresas tenham seus preços reduzidos com uma queda nos preços das commodities no mercado internacional”, alegou.

A Bolsa de São Paulo encerrou o dia em baixa de 4,5%, abaixo dos 50 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2007. No acumulado do ano, a queda acumulada é de mais de 20%.

Na avaliação do ministro, a queda da bolsa é apenas passageira e está sendo expressiva porque os fundos internacionais de investimento, que compraram alimentos e minérios e impulsionaram os preços, agora estão se desfazendo das aplicações. “Quando houve a reversão desse cenário, os fundos fugiram das commodities e foram para outro tipo de aplicação. Na mesma velocidade que subiu, também está caindo”, afirmou.

Mantega, no entanto, ressaltou que o saldo ainda é positivo se for levado em conta não apenas o desempenho recente do mercado de ações, mas as movimentações nos últimos anos. “Não adianta dizer apenas que a bolsa está caindo, mas que subiu muito mais do que caiu até agora”, declarou.

O ministro também atribuiu a queda nas bolsas às turbulências nos mercados internacionais. “Existe ainda o repatriamento de capital porque uma parte das aplicações de fundos estrangeiros está sendo retirada porque os investidores precisam cobrir buracos em outros lugares”, concluiu.

Agência Brasil / Wellton Máximo

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