A Fundação Procon-SP, órgão vinculado a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania realizou, nos dias 2 e 3 de junho, pesquisa de taxas de juros de empréstimo pessoal e cheque especial para pessoa física.

Neste mês, a pesquisa de taxas de juros detectou a sexta queda consecutiva das taxas médias nas duas modalidades estudadas. No entanto, a variação foi menor se comparada aos meses anteriores. No empréstimo pessoal a taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,52% a.m., inferior à do mês anterior, que foi de 5,57% a.m., significando um decréscimo de 0,05 ponto percentual. No cheque especial a taxa média dos bancos pesquisados foi de 8,87% a.m., inferior à do mês anterior, que foi de 8,89% a.m., significando um decréscimo de 0,02 ponto percentual.

Dos dez bancos pesquisados, quatro reduziram suas taxas no empréstimo pessoal, sendo que a maior queda foi de 0,40 ponto percentual. Três bancos reduziram suas taxas no cheque especial e as quedas não excederam 0,08 ponto percentual (na pesquisa do mês anterior, praticamente todos os bancos promoveram reduções em suas taxas). As dez instituições financeiras pesquisadas foram Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco.

As quedas verificadas nas taxas de empréstimo pessoal foram:

Safra – alterou de 5,90% para 5,50% a.m., o que significa um decréscimo de 0,40 ponto percentual, representando uma variação negativa de 6,78% em relação à taxa de maio;

Unibanco – alterou de 6,79% para 6,71% a.m., o que significa um decréscimo de 0,08 ponto percentual, representando uma variação negativa de 1,18% em relação à taxa de maio;

Banco do Brasil – alterou de 4,58% para 4,56% a.m., o que significa um decréscimo de 0,02 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,44% em relação à taxa de maio;

Nossa Caixa – alterou de 4,58% para 4,56% a.m., o que significa um decréscimo de 0,02 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,44% em relação à taxa de maio.

Os demais bancos mantiveram suas taxas de empréstimo pessoal.

As quedas verificadas nas taxas de cheque especial foram:

Banco do Brasil – alterou de 7,85% para 7,77% a.m., o que significa um decréscimo de 0,08 ponto percentual, representando uma variação negativa de 1,02% em relação à taxa de maio;

Unibanco – alterou de 8,79% para 8,71% a.m., o que significa um decréscimo de 0,08 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,91% em relação à taxa de maio;

Nossa Caixa – alterou de 7,82% para 7,77% a.m., o que significa um decréscimo de 0,05 ponto percentual, representando uma variação negativa de 0,64% em relação à taxa de maio.

Os demais bancos mantiveram suas taxas.

Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo. Vale lembrar, também, que os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, independente do canal de contratação, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias.

O levantamento deste mês se deu antes da quarta reunião do COPOM – Comitê de Política Monetária (dias 09 e 10 de junho). Na reunião anterior (ocorrida nos dias 28 e 29 de abril), a taxa Selic foi reduzida em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 10,25% ao ano.

Embora a expectativa seja de novos cortes na taxa básica, o mercado parece ter assumido uma posição de cautela em relação à sua política de juros.

Em vários trechos da ata da última reunião, o Banco Central identifica sinais de recuperação da economia, porém sujeita a incertezas. Esse panorama poderia indicar que a economia seguirá abaixo do potencial durante bom período de tempo, o que justificaria uma continuidade das reduções dos juros básicos ao longo deste ano.

As contínuas reduções da Selic, embora desejáveis, passaram a chamar a atenção para a necessidade de mudanças na rentabilidade da poupança. Uma forte queda da taxa básica beneficiaria a poupança em detrimento de outras aplicações.

A poupança tem rendimento de 6% ao ano mais a variação da TR, garantido por lei e sem tributação, enquanto os fundos de investimento – com destaque para os fundos de renda fixa e DI, compostos por títulos emitidos pelo governo e por empresas – sofrem influência direta da Selic. Além disso são tributados e sobre eles recai taxa de administração.

A preocupação reside na possibilidade de haver uma migração dos recursos aplicados nos fundos de investimento para a poupança (cuja remuneração ficou mais atraente). Uma forte perda de recursos dos fundos dificultaria a venda de papéis da dívida pública. Assim, o juro da poupança acaba sendo um empecilho para que a Selic caia mais.

A medida tomada – que depende da aprovação do Congresso – prevê a tributação dos rendimentos da caderneta de poupança pelo Imposto de Renda. Cadernetas de poupança com saldo acima de R$ 50 mil em 1º de janeiro de 2010 passarão a pagar Imposto de Renda sobre os rendimentos. O patamar foi escolhido com base no fato de que a esmagadora maioria dos poupadores – mais de 89 milhões de contas – ficará isenta.

Toda essa discussão sobre a viabilidade de uma expressiva queda da taxa Selic interessa ao consumidor, na medida em que constitui um dos principais fatores para a redução do spread bancário. Até o momento, porém, as quedas observadas têm gerado pouco efeito no custo final dos empréstimos. Em tempos de orçamento apertado, o consumidor deve evitar contratações desnecessárias, priorizando o pagamento de dívidas e recorrendo ao crédito somente após uma criteriosa avaliação de custo-benefício. Se puder, convém aguardar taxas mais razoáveis.

Assessoria de Imprensa
Procon – SP

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