Com a proximidade das eleições, O Economista inicia uma série de entrevistas com os candidatos ao governo de Santa Catarina. Com esse material, o objetivo é traçar um panorama com as principais propostas dos candidatos para a economia do estado, no mandato que inicia em 2011.

Quem começa essa rodada de entrevistas é o candidato ao governo de Santa Catarina pelo Democratas (DEM), Raimundo Colombo. Colombo já foi deputado estadual e federal por Santa Catarina, prefeito de Lages (SC) por três vezes e atualmente é senador. Em entrevista ao O Economista, o candidato falou sobre os desafios da economia catarinense para o ano que vem e quais são seus principais projetos de governo para esse segmento.

Se for eleito, Colombo pretente diminuir a cobrança de tributos em Santa Catarina. Foto: Site Raimundo Colombo

O Economista – O que fazer para ajudar as micro e pequenas empresas a se manterem no mercado catarinense, levando em conta que grande parte dos empregos gerados vem desse nicho?

As micro e pequenas empresas precisam de subsídios para que possam se desenvolver e, como foi colocado na pergunta, continuar gerando empregos. Em Lages, durante a minha gestão como prefeito, lancei um programa de juro zero. Quando o pequeno empreendedor pegava um financiamento para melhorar seu negócio, a Prefeitura ficava responsável pelo pagamento dos juros. Uma pizzaria pode comprar motos para entregar em casa e assim, gerar mais empregos.

O Governo do Estado também tem que facilitar o pagamento de impostos e, se possível, agir para a diminuição na cobrança de tributos.

O Economista – Como fazer para incentivar a geração de novas pequenas, médias e grandes empresas no Estado?

Algumas regiões do Estado, como o Norte e o Vale do Itajaí, já possuem essa cultura do empreendedorismo. Para essas regiões, basta criar políticas públicas de incentivo às micro e pequenas empresas. Para regiões como a Serra catarinense, que tem um povo trabalhador, dedicado, mas não tem o perfil empreendedor, é preciso investir em capacitação, para que a pessoa desenvolva um negócio com segurança, tenha conhecimento do mercado e esteja preparado para as oscilações da economia.

O Economista – O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo. Nesse sentido, quais seriam as alternativas do governo estadual para diminuir essa taxa e reverter esses valores para a população? A criação de um imposto único seria a solução?

Criar imposto não contribui para a diminuição da carga tributária. O que tem que ser feito é cortar impostos e gerir a arrecadação com competência. Eu tenho o compromisso de não aumentar nenhum imposto. Sou totalmente contrário e, como senador, trabalhei muito para que a carga tributária diminuísse. Ao contrário, queremos estabelecer metas de arrecadação. Alcançado certos níveis, vamos começar a desonerar no ICMS, começando pelo consumo das pessoas de baixa renda. É o que chamamos de justiça tributária, já que essa camada é quem mais paga imposto no Brasil. Os 10% mais pobres pagam, no Brasil, 33% de impostos, e os 10% mais ricos pagam cerca de 23%. Além disso, na faixa de renda até dois salários mínimos, a carga tributária atingiu 54% da renda.

O Economista – Que medidas o governo de Santa Catarina pode adotar para blindar a economia, tendo como exemplo a crise de 2008, em que o Brasil sofreu um desgaste menor do que outros países?

Temos que investir na vocação local econômica das regiões catarinenses. Com isso, com a diversidade, o Estado estará preparado. Se um setor tiver mais dificuldade, poderemos dar mais atenção, enquanto outro dará suporte para a economia. Também temos que desenvolver políticas para o fortalecimento dos mercados interno e externo. Além disso, Santa Catarina precisa desenvolver suas regiões, social e economicamente em paralelo, de forma igualitária, ou seja, cada região precisa receber incentivos para que se desenvolva da mesma maneira que outra região.

O Economista – Santa Catarina está entre os estados que mais arrecadam impostos no Brasil. Qual seria a alternativa para possibilitar que esses recursos retornem como benefícios para a população catarinense?

Santa Catarina passou, nos últimos anos, por um total descaso do governo federal. Assim, é preciso desde já, incluirmos e debatermos com o governo federal as demandas de Santa Catarina. Isso já estamos fazendo com o candidato José Serra. Como governo estadual temos que cobrar a volta desses recursos e fazer uma gestão eficiente para que os impostos se revertam em benefícios para as comunidades. Em qualquer caso, vamos fazer uma grande força parlamentar para negociar os recursos federais.

O Economista – Levando em conta a complexidade da execução de uma reforma previdenciária no Brasil, como garantir o benefício da previdência aos catarinenses?

Esse é um problema mundial. No Brasil, a situação é mais complexa porque não se consegue negociar um consenso que viabilize uma aposentadoria decente para as pessoas e suportável diante da arrecadação. Grande parte das crises globais tem essa situação como pano de fundo. A partir de Santa Catarina tentaremos apoiar construção de um acordo nacional. Esse assunto não pode ser mais adiado.

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