Novo aeroporto teria capacidade para receber o maior avião do mundo, o A380. Mas projeto depende de mudança na legislação para sair do papel.
Novo aeroporto teria capacidade para receber o maior avião do mundo, o A380. Mas projeto depende de mudança na legislação para sair do papel.

Existe no Brasil o projeto de um novo aeroporto do porte de Guarulhos para ser tirado do papel nas proximidades da capital paulista, o que daria mais uma opção para brasileiros e estrangeiros, além de desafogar o maior terminal do país, bem como Congonhas, no coração de São Paulo. Mas para que essa ideia se concretize, é necessário que o país mude a regulação do setor aeroportuário, porque a iniciativa é privada e, atualmente, só o governo pode construir aeroportos para voos comerciais.

Batizado de Nasp (Novo Aeroporto de São Paulo), a iniciativa é das construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez e o terreno fica entre os municípios de Caieiras e Cajamar, a 35 km da capital. Hoje, a área de 12 milhões de metros quadrados é ocupada por uma plantação de eucaliptos da Melhoramentos. No local, a pretensão é construir um aeroporto que tenha capacidade para receber aproximadamente 48 pousos ou decolagens por hora e até 50 milhões de passageiros por ano. Duas pistas de 3.500 metros fazem parte do projeto, sendo que uma teria 60 metros de largura, o que permitiria receber os maiores aviões do mundo, como o A380. O empreendimento seria construído em duas fases. Só a primeira já receberia investimentos estimados entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.

O acesso poderá ser feito pelas rodovias Dutra e Ayrton Senna. Além disso, há uma estação da CPTM (trem metropolitano integrado ao Metrô) há 4 km do local. De acordo com o professor de logística da EBAP/FVG, essa preocupação com a mobilidade é importante: “O projeto deve evitar o mesmo erro do aeroporto de Guarulhos, que foi ampliado, mas tem problemas de acesso”.

A intenção dos idealizadores é ser um complemento da demanda para a região de São Paulo. De acordo com José Henrique Polido, da Andrade Gutierrez, não há o objetivo de competir com Guarulhos ou Viracopos (em Campinas) porque, até a concretização do projeto, segundo ele, esses dois aeroportos já estarão operando no limite das suas capacidades. “A tendência mundial das grandes cidades é um conceito de múltiplos aeroportos. O usuário vai optar pelo que for mais conveniente a ele”, completa Roberto Deutsch, da Camargo Corrêa.

Negociações com o governo

As empresas admitem que tem mantido conversas com o governo para a liberação do projeto, mas ainda não há prazo para que aos ajustes legais sejam feitos de modo a concretizá-lo. Se algum sinal positivo for dado ainda neste ano, a previsão das construtoras é que o aeroporto entre em operação até 2021, segundo informações dos diretores da Andrade Gutierrez e da Camargo Corrêa ao jornal O Estado de São Paulo.

Mas se a iniciativa tiver aval do governo e for realizada, alguns problemas poderão surgir. A principal delas é com as empresas vencedoras dos leilões dos aeroportos em 2012 e 2013. Isso porque, na época, as empresas foram atraídas aos empreendimentos e pagaram bilhões de reais pela outorga dos aeroportos concedidos diante da impossibilidade de construir e administrar um novo aeroporto. “Isso gera com certeza um desequilíbrio de contrato. Ou o governo fará um acerto com as empresas, ou podemos esperar processos bilionários movidos pelas concessionárias”, acredita o professor de infraestrutura do Insper, Eduardo Padilha.

A Secretaria de Aviação Civil (SAC) não comenta o assunto, mas afirmou que está avaliando as mudanças na legislação para viabilizar o projeto.

Com informações do Estado de S. Paulo.

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