Em plena crise, muitos trabalhadores de Jaraguá do Sul não temem deixar o emprego. Impregnados pelo espírito de empreendedor que caracteriza o município catarinense, eles costumam pedir demissão para abrir seus próprios negócios. Muitos, viram prestadores de serviço para as empresas onde trabalhavam.

Esse é um dos fatores que contribuem para aumentar o número de demissões registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, em Jaraguá do Sul, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jaraguá do Sul, Vilmar Garcia. “Muitos trabalhadores da cidade pedem demissão das indústrias para investir o dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em pequenos negócios.”

O dirigente do sindicato atribui isso ao empreendedorismo que virou marca da cidade. “Eles [os trabalhadores] incorporaram o espírito empreendedor dos patrões e usam o dinheiro das demissões para investir em um novo negócio”, revela Garcia.

Em janeiro e fevereiro deste ano, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Jaraguá do Sul, mais de R$ 2,52 milhões foram injetados na economia local graças às demissões, exclusivamente no setor metalúrgico.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Vestuário, Fiação e Tecelagem de Jaraguá do Sul e Região, Gildo Alves, confirma que muitos trabalhadores da cidade saem do emprego para investir em pequenas empresas. “Inclusive para prestar serviços na informalidade para as mesmas empresas onde trabalhavam”, assinala.

“Fizemos um levantamento informal com as empresas e constatamos que apenas em algumas áreas pontuais está havendo demissões, mas nada tão significativo. É o caso dos fornecedores de equipamentos para a chamada linha branca, do tipo geladeiras, fogões, ar-condicionados e freezers, e para a indústria automobilística”, emenda o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul, Guido Jackson Bretzke.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos disse que, durante reuniões recentes, os diretores da WEG afirmaram ter contratado, em 2008, cerca de 4.300 trabalhadores.

De acordo com Alves, o sindicato também não registrou demissões acima do normal. “Muito ao contrário. Está faltando mão-de-obra. Prova disso é o painel de vagas que expomos em nossa sede. Falta gente para as áreas de costura, corte, tecelagem e tinturaria”, informa.

Agência Brasil / Pedro Peduzzi

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