A primeira decisão do Copom de 2016 já está gerando especulações. O processo inflacionário voltou e os desgastes políticos acabaram impactando significativamente a economia.

A desvalorização do real frente às moedas de troca gera impactos negativos para as empresas endividadas em dólar, por exemplo. E os benefícios para as empresas exportadoras aparecem apenas no agronegócio, já que as indústrias estão sendo prejudicadas pela falta de investimentos e pelo não comprometimento do governo em investimentos logísticos.

Formou-se uma cortina de fumaça, já que o Banco Central busca todas as alternativas para que a inflação possa retornar ao patamar de 4,5% ao ano com viés de 2% para cima ou para baixo. Mas o ano de 2015  demonstrou que a inflação atingiu dois dígitos – o que gerou uma situação bem negativa.

Soma-se a isso outro ponto: as Agências Internacionais de Avaliação de Crédito reduziram a nota do País indicando que os investimentos no Brasil apresentam riscos e que há chance de os investidores levarem um calote, já que a falta de compromisso do governo em reduzir os gastos e atingir o superávit primário em 2015 não foi possível.

A decisão do Copom nessa reunião, tendo como premissa buscar a redução da inflação para um dígito, deve ser de aumentar os juros em 0,5% e atingir 14,75% ao ano. O benefício, no ponto de vista do Banco Central, irá provocar um maior desestímulo ao investimento no parque industrial, além de encarecer os empréstimos e aumentar ainda mais a dívida pública.

Não é mistério que 2016 já começa com cenário negativo, desvalorização do real em relação ao dólar e a bolsa de valores apresentando sinais de fragilidade com queda em ações de empresas exportadoras. O cenário internacional não é favorável há algum tempo por conta, também, da situação da China. A premissa de um crescimento maior do que 7% será difícil.

O importante agora é que o Governo apresente projetos possíveis de serem cumpridos, com transparência. E não jogar os problemas para debaixo do tapete e utilizar artifícios como a pedalada fiscal, nos quais se usaram recursos dos bancos públicos para pagar diversos projetos sociais, além da contabilidade criativa, que permitiu que as empresas estatais pudessem mascarar a contabilidade, escondendo suas ineficiências.

* Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contabéis na Faculdade Santa Marcelina – (FASM).

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