Usar o dinheiro de forma inteligente

Você sabe como usar o dinheiro de forma inteligente? Muita gente acha que a resposta é “não usar”, mas está errada. Primeiro, porque isso é impossível. E segundo, porque usar o dinheiro que você ganha comprando produtos e serviços que você precisa e gosta é uma maneira de satisfazer as próprias necessidades, o que acaba nos deixando felizes e tornando a vida melhor.

Pode parecer estranho falar assim, em voz alta, mas o dinheiro foi feito para ser usado. O problema é quando gastamos recursos que não temos para comprar algo que não precisamos. Daí, sim, estamos jogando dinheiro fora.

Então, quer dizer, que podemos comprar tudo o que queremos? Bom, não é bem por aí.

Como já falamos aqui em nossa série de educação financeira, precisamos equilibrar a razão e a emoção na hora de comprar, afinal, as ofertas são infinitas, mas o dinheiro não. Por isso, aqui neste texto, vamos listar algumas dicas de como usar o dinheiro de forma inteligente. Siga com a gente e confira:

Como usar o dinheiro de forma inteligente

Como falamos desde o início da nossa série: só devemos gastar o dinheiro que temos. Podemos usar cartão de crédito? Sim, mas sempre respeitando os limites. E o crediário das lojas? Também pode, porém, é preciso verificar se o valor vai caber no orçamento pessoal. Essa, na verdade, é a dica zero, pois, se você não tem dinheiro, não deveria nem pensar em gastar.

Partindo do princípio que você tem recursos e está com as contas em dia, confira nossas dicas de como usar o dinheiro de forma inteligente:

1 – Planeje suas compras com antecedência

Do supermercado à loja de roupas, da verdureira à loja de utensílios domésticos, tenha sempre em mãos uma lista do que você precisa comprar. Pode parecer uma ação pequena, mas isso já pode limitar bastante os seus gastos. Lembrando que limitar não significa não comprar, mas, sim, usar o dinheiro com inteligência.

Fazer uma lista é também uma forma de se planejar, inclusive em relação ao quanto você pretende gastar. Digamos que você tenha pensado que precisa comprar camisas, calças jeans e sapatos. Primeiro: você precisa mesmo? Quantas camisas você tem no guarda-roupa hoje? E calças? E sapatos? Você já usou todas? Se você não souber responder a essas perguntas, está na hora de parar e ir até seu armário para verificar. Assim, você conseguirá saber exatamente o que precisa, ou se realmente precisa comprar alguma coisa.

O mesmo vale para o supermercado. Se você tem uma lista em mãos, não vai comprar produtos que podem estragar ou ficar sobrando. Imagine que, no mês anterior, você comprou duas latas de milho e de ervilha em conserva, mas acabou não usando porque o jantar que ia fazer foi cancelado. Porém, esse é um item que sempre está na lista, então, naturalmente, você acaba comprando mais uma lata de cada. Se tivesse verificado a despensa e anotado o que precisava, dispensaria o milho e a ervilha este mês, economizando o valor.

2 – Faça pesquisa de preço

Regrinha de ouro: nunca compre nada sem antes ter pesquisado o valor, salvo em caso de emergência. Você pode até optar por comprar o produto mais caro, mas deve estar ciente de que existe alternativa mais barata. Por isso, pesquise em pelo menos dois lugares e, se quiser, use a internet para isso. No supermercado, por exemplo, você pode consultar aqueles informativos que ficam disponíveis para todo mundo pegar. Ali, normalmente, estão os melhores preços daquele estabelecimento.

Nas lojas físicas, vá com tempo e veja como estão os preços. Anote tudo e vá para casa. Com calma, sente e analise tudo, desde os valores reais até as condições de pagamento, como descontos e formas de parcelamento. Depois de tomar a decisão, volte à loja e compre. Na internet, o que facilita muito é utilizar aqueles sites que já fazem a cotação em diversos lugares e apresentam uma lista com todos os preços. Funciona até mesmo se você não comprar pela rede, pois serve de referência de valores.

3 – Pechinche, sempre!

Irmã da pesquisa de preços, a pechincha pode ser considerada uma instituição brasileira. Muitos acham que ela está fora de moda, mas estão completamente errados. Uma boa negociação não seria boa se não houvesse aquela choradinha do freguês, não é mesmo? Então, jamais feche um negócio sem antes barganhar o preço, mesmo que você saiba que aquele é melhor valor que você vai encontrar. Essa é uma forma de valorizar seu dinheiro, pois ele é suado e vale cada centavo.

4 – Evite comprar por impulso

Uma das formas de evitar a compra por impulso é planejar as compras com antecedência, mas as orientações não param por aí. Para não tomar decisões erradas e ver seu dinheiro ir embora, você pode assumir algumas atitudes preventivas, como:
Não ficar olhando as vitrines para se distrair, pois pode achar algo que deseje muito;
Não ir às compras somente por diversão. A ilusão de que comprar faz bem, como vemos nos filmes, só funciona nos filmes. Na vida real, se comprou, tem que pagar e isso exige recursos;
Não tomar decisões com a cabeça quente ou sob influência de fatores externos, como bebidas, drogas e até mesmo fome e sono.

A chave é sempre pensar antes de comprar. Se passar pela sua cabeça que talvez seja melhor não adquirir um produto ou serviço, pare e ouça a sua voz interior. E, caso essa voz diga: “compre agora!”, diz para ela que é preciso esperar, pois dinheiro não nasce em árvore, não é mesmo?

5 – Prefira pagar em dinheiro e à vista

Sabemos que fazer compras à vista hoje em dia é algo bastante difícil, mas essa sempre é a melhor opção, pois é quando você compra o que precisa e usa o dinheiro que tem, sem acumular dívidas para o futuro. E se você está se perguntando: por que dinheiro e não cartão de débito, uma vez que os dois são à vista?

O motivo é quem nem todo mundo sabe controlar os gastos quando não estão com o dinheiro na mão. Então, se você é uma dessas pessoas, na hora de ir às compras, retire o valor necessário no banco e use somente ele. Se acabar o que tem na carteira, significa que é o momento de voltar para casa.

O cartão de crédito não é para amadores. Como ele trabalha com um pagamento futuro e, normalmente, oferece um limite razoável, pode ser uma grande cilada para quem não consegue controlar o próprio orçamento.

Um bom exemplo, e que acabou até virando um meme nas redes sociais, é aquele em que a pessoa diz: se o Uber custa R$ 7, R$ 8, como a fatura do meu cartão deu R$ 500? Como o dinheiro não sai da carteira imediatamente, você não sente que ele está indo embora. E se não fizer um monitoramento rígido, pode facilmente perder o controle das contas.

O mesmo vale para os cartões oferecidos pelas lojas, que dividem os pagamentos em diversas parcelas, muitas vezes bem baixas. Digamos que você fez uma compra de R$ 100 e dividiu em 10 vezes. Pagar R$ 10 por mês é algo totalmente controlável, mas, a cada vez que vai pagar a fatura, faz uma nova compra de R$ 100 e divide em 10 vezes. No quinto mês a parcela será de R$ 50 e o seu orçamento estará comprometido por mais de um ano. Você não quer isso, não é verdade?

Além dessas questões que levantamos, ainda é preciso levar em consideração que os parcelamentos, normalmente, trazem embutidos os juros. Se você não é bom de conta, peça ao vendedor que sempre exponha o valor à vista e o valor total parcelado. Há muito anúncio por aí que diz: R$ 724,90 à vista ou 12 X R$ 71,80. À primeira vista, tudo OK, mas fazendo as contas, veremos que a prazo o valor final é de R$ 861,60. Por isso, a necessidade de fazer uma pesquisa prévia, ir para casa, analisar os valores e somente depois tomar uma decisão.

6 – Espere as épocas de liquidações e descontos

Todo mundo sabe que quando as estações acabam, especialmente o verão e o inverno, as lojas fazem mega liquidações para acabar com as peças daquele período e entrar com uma nova coleção. Esse é um ótimo período para comprar. A regra de comprar aquilo que você realmente precisa continua valendo, mas esse período é legal para encontrar peças-chave que podem durar por muitos anos e também para renovar itens básicos.

Um bom exemplo são os casacos de inverno. Durante o frio, eles têm um preço elevado, mas no verão, ficam muito mais baratos. Não estamos dizendo para você sair comprando casacos em pleno dezembro só porque está pela metade do preço. Se não for algo necessário no seu guarda-roupa, que já tem quatro dessas peças, será dinheiro jogado fora.

Porém, se faz anos que não há renovação ― tanto que depois do último inverno já separou dois deles para doação ―, está na hora de começar a olhar com mais atenção as promoções. Pode ser que surja algo bom e com preço condizente nas vitrines. Isso quer dizer que não dá para comprar a novidade da estação ou a última tendência da moda? É claro que dá, desde que isso não crie um rombo no seu orçamento.

O mesmo vale para quando for fazer compras no supermercado. Por mais que encontremos praticamente os mesmos produtos o ano inteiro, ainda assim eles passam por períodos de entressafra ― quando são produzidos em menor quantidade, causando a elevação do preço.

Isso acontece, por exemplo, com o leite, cujo período de entressafra vai de março até setembro. Nesses meses, com certeza você já deve ter notado que o preço aumenta um pouco. Então, se um supermercado faz uma promoção e reduz o valor do litro em 10 ou 15 centavos, é um bom momento para comprar um pouco mais do produto se você usa regularmente. Sempre de olho na data de validade, claro.

Para as frutas e verduras, que também têm seus períodos de entressafra, a dica é escolher aquelas que são da época. Além de economizar, você estará aumentando a variedade do seu cardápio e experimentando novos sabores, o que sempre é muito bom para a saúde.

7 – Compre somente aquilo que você for usar

Essa dica é praticamente um resumo de tudo o que falamos até aqui. Funciona como um lembrete final de que devemos sempre pesar todas as consequências de nossas escolhas para, assim, podermos usar o dinheiro de forma inteligente. Por isso:

  • Compre as quantidades condizentes com seu consumo;
  • Não se iluda com propagandas, pois elas são feitas exatamente para fazer você acreditar que precisa de determinado produto ou serviço;
  • Somente compre em promoções ou liquidações se você precisar do que está sendo oferecido;
  • Opte sempre por pagar à vista e em dinheiro;
  • Parcele as compras apenas se você tem certeza que é um negócio vantajoso e que não vai se enrolar com as parcelas ao longo do tempo;
  • Faça as suas próprias contas. Não deixe seu dinheiro na mão de terceiros, afinal, foi você que trabalhou para ganhá-lo!

A regra geral é: não compre tudo que encontrar pelo caminho. Compre primeiro o que você precisa, depois o que você quer e, então, aquilo que você sonha.

8 – Dê presentes a si mesmo

Achou que nossas dicas iam transformar sua vida em uma eterna aula de matemática e que nunca mais poderia sentir prazer em comprar? Não faríamos isso com você. Nosso objetivo é justamente o contrário. Ao usar o dinheiro de forma inteligente no dia a dia, analisando o que você realmente precisa comprar, vai sempre acabar sobrando um pouco.

Esse valor é justamente aquele que você vai usar para realizar um desejo, como jantar em um restaurante de sua preferência, fazer aquela viagem planejada, mas nunca realizada e, por que não, comprar aquele mimo que nem é tão necessário assim, mas é algo que vai lhe dar prazer, como uma pantufa bem quentinha para o inverno ou aquele dia no SPA para recuperar as forças.

Esperamos que as nossas dicas sejam úteis para você começar a usar o dinheiro de forma inteligente e, assim, garantir uma vida financeira estável que, consequentemente, acaba sendo bom para outros aspectos. Não precisar ficar pensando em como pagar uma conta ou ver que não tem recursos para manter o básico deixa qualquer um com a cabeça quente e pode prejudicar a saúde.

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